Putin volta a culpar Ocidente por crise alimentar e energética
Presidente russo ressaltou que sanções impostas ao país estão por trás das dificuldades atuais
Camila Stucaluc
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a responsabilizar o Ocidente pela atual crise alimentar e energética no mundo. Em entrevista ao canal de TV estatal Rossiya-1, no domingo (5.jun), o chefe de Estado afirmou que o atual cenário é uma consequência das políticas "míopes" impostas pelos países contra Moscou em resposta à invasão na Ucrânia.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Em relação às nações europeias, Putin citou as sanções contra o gás russo, medida que intensificou a crise energética e alimentar na região. Assim que os preços do gás subiram, "os preços dos fertilizantes aumentaram imediatamente, porque alguns desses fertilizantes são produzidos, inclusive à custa do gás. Tudo está interligado. Nós alertamos sobre isso", disse.
A declaração do presidente acontece em meio à interrupção de importações e exportações de alimentos, como grãos, e de gás. Vários países ocidentais acusam Putin de estar ocasionando uma crise alimentar global proposital para tentar barrar algumas das sanções impostas ao Kremlin devido à ofensiva no território ucraniano.
A secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, por exemplo, disse que Putin está "tentando manter o mundo como refém". "Ele basicamente arma a fome e a falta de comida entre as pessoas mais pobres do mundo. Não podemos ter qualquer levantamento de sanções, qualquer apaziguamento, que simplesmente tornará Putin mais forte a longo prazo", afirmou Truss.
+ Guerra na Ucrânia: Rússia volta a atacar Kiev com mísseis
Na última 6ª feira (3.jun), no entanto, o líder russo se reuniu com o presidente da União Africana, Macky Sall, para garantir a passagem segura para navios que exportam grãos da Ucrânia. Responsáveis por 44% das exportações de trigo da Ucrânia e da Rússia entre 2018 e 2020, os países africanos são os que mais sofrem com a escassez de alimentos.