Aumento de casos e mortes por covid-19 volta a preocupar especialistas
Baixa adesão à dose de reforço da vacina pode ser um dos fatores do crescimento
SBT Brasil
Após sucessivas quedas, o aumento de casos e de mortes por covid-19, desde a semana passada, voltou a preocupar especialistas. Os indicadores que vinham caindo desde o mês de fevereiro até trouxeram a sensação de que a vida havia voltado ao normal, mas, em uma semana, as mortes pela doença dispararam cerca de 30%.
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Entre os dias 17 e 23 de abril foram 672 registros. Na semana seguinte, o número aumentou em mais de 200 óbitos. No mesmo período, também houve crescimento no número de casos.
De acordo com a infectologista Joana d'Arc do Hospital Regional da Asa Norte, alguns fatores podem responder pela mudança de cenário: "além do carnaval, a gente teve já a redução de muitas medidas restritivas antes do carnaval. As pessoas estão cansadas e acabaram se descuidando do uso de algumas ferramentas, e quando você abriu, algumas pessoas esqueceram de mencionar o seu risco, uma falsa sensação de segurança, e saíram sem o maior cuidado".
Outro fator que, segundo especialistas, também tem peso sobre o aumento dos indicadores, é a adesão lenta à dose de reforço da vacina. De acordo com o Ministério da Saúde, 54 milhões de pessoas aptas a receberem a terceira dose ainda não apareceram nos postos, um quarto da população brasileira, e mais de 18 milhões não tomaram sequer a segunda dose.
"Nesses períodos de feriados, de ir e vir, de transitar entre uma cidade e outra, você acaba entrando em contato com pessoas que não finalizaram o esquema de vacina, ou que não fizeram a terceira dose, e aí as pessoas vão se encontrando e você tem um aumento de transmissão das doenças, que nós chamamos de transmissão respiratória", afirma Joana.
A infectologista também explica que a chegada do outono pode ter influência, já que, com o clima mais ameno, as pessoas tendem a optar por locais fechados, e que a probabilidade de uma nova onda da pandemia pode ser freada de uma forma que nós já conhecemos: "o aumento do numero de casos, especificamente em relação a uma nova onda, vai depender muito do nosso comportamento como sociedade".
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