Operadora do Burger King na Rússia se recusa a fechar lojas

A RBI, empresa multinacional canadense que opera a rede Burger King na Rússia, informou, por meio de carta aberta, que não consegue encerrar as operações por causa do contrato que tem com o principal parceiro franqueado, Alexander Kolobov. Ele se recusou a aceitar a ordem de fechar as portas.

+ Leia as últimas notícias sobre a guerra na Ucrânia

"Gostaríamos de suspender todas as operações do Burger King imediatamente na Rússia? Sim. Somos capazes de impor uma suspensão das operações hoje? Não. Mas queremos ser transparentes com nossas ações e explicar os passos que tomamos para apoiar a comunidade empresarial internacional em resposta ao ataque da Rússia à Ucrânia e seu povo.", comentou David Shear, presidente da RBI, ao explicar porque o Burger King não consegue parar suas operações na Rússia, enquanto seus principais concorrentes, como Mc'Donalds já não operam mais.

"Quando acordos de franquia master e joint ventures são formados existem compromissos com investimentos de longo prazo e responsabilidades para fazer crescer o negócio em conjunto. Não existem cláusulas legais que nos permitam alterar unilateralmente o contrato ou permitir que qualquer um dos parceiros simplesmente se afastem ou anulem todo o acordo. Nenhum investidor sério em qualquer indústria do mundo concordaria com um relacionamento comercial de longo prazo com rescisão frágil das cláusulas. É exatamente por isso que dizemos: que é um processo legal complicado. Quando nos perguntam por que não pode simplesmente encerrar unilateralmente o negócio. Qualquer tentativa atual de fazer cumprir nosso contrato exigiria o apoio da Rússia,autoridades no terreno e sabemos que isso não vai acontecer tão cedo", avalia Shear.

Em 2010, o Burger King foi vendido por cerca de 4 bilhões de dólares para a 3G Capital Management. O fundo brasileiro tem entre os sócios Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, que estão entre os principais acionistas da AB InBev, maior cervejaria do mundo e que controla a AmBev.

Com a impossibilidade de interromper as operações imediatamente, a empresa se comprometeu a redirecionar quaisquer lucros, incluindo participação acionária, à Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e fez uma imediata doação de US$ 1 milhão para esse compromisso.

" Também trabalhamos com franqueados de mais de 25 países para distribuir US$ 2 milhões em cupons de refeição grátis de restaurantes Burger King para ONGs que apoiam refugiados ucranianos.", explica Shear, que confirma que a empresa está em total apoio às sanções aplicadas.

"As sanções econômicas impostas por muitos países incluem o VTB Bank e seus afiliadas controladas, incluindo a VTB Capital e quero que você saiba que estamos em total conformidade com todas as sanções aplicáveis"