Após discurso de Putin, porta-voz do Kremlin fala em "limpeza" na Rússia
Em pronunciamento, o presidente russo defendeu uma "autopurificação" do país contra "traidores" contrários à guerra
Poucas depois do pronunciamento do presidente Vladimir Putin, nesta 5ª feira (17.mar), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reforçou a ameaça do governo russo de uma intensificação nas ações de repressão aos discursos contrários à guerra na Ucrânia.
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Em coletiva de imprensa, Peskov voltou a classificar como "traidores" os russos que se manifestam, publicamente, contra a incursão militar do país em território ucraniano. "Em tempos difíceis, muitos mostram sua verdadeira essência. E muitos estão se revelando, como dizemos na Rússia, traidores", declarou.
Questionado por repórteres a respeito defesa de uma "autopurificação" na Rússia, defendida por Putin no discurso, o porta-voz do Kremlin alegou que esses opositores simplesmente desaparecem, abandonando, inclusive, tudo que construíram ao longo da vida. "Essas próprias pessoas somem de nossas vidas. Algumas pessoas deixam seus cargos, outras deixam a vida ativa de trabalho, algumas deixam o país e se mudam para outros países. É assim que a limpeza acontece", argumentou.
Mais cedo, em pronunciamento à nação, o presidente Vladimir Putin afirmou que os "traidores nacionais" seriam identificados e expulsos do país "como moscas".
"Qualquer povo, e ainda mais o povo russo, sempre será capaz de distinguir os verdadeiros patriotas dos que são escória e traidores, e simplesmente o cuspirão, como um mosquito que acidentalmente voou em suas bocas", ameaçou o presidente Putin. "Estou convencido de que uma autopurificação, tão natural e necessária da sociedade, só fortalecerá nosso país".
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