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Professores temem ausência de regras na volta às aulas em São Paulo

No estado, aulas presenciais voltam a ser obrigatórias nesta 2ª feira; especialistas avaliam segurança

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Sala de aula vazia
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Professores temem a falta de eficácia das medidas de prevenção ao coronavírus na volta às aulas presenciais em São Paulo, marcada para a próxima 2ª feira (18.out). Com os números da pandemia em queda, o distanciamento social de 1m entre os alunos e o revezamento continuam e estão mantidos até o dia 3 de novembro. O SBT News ouviu docentes e especialistas para falar sobre a segurança do retorno às salas de aula. 

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Para Mariane Aparecida, que atua como professora assistente em uma escola de elite na zona oeste da capital paulista, é "impossível" manter o distanciamento social dentro das salas. "Alguns alunos fazem o uso constante de máscaras, outros não. O distanciamento não acontece", relatou. Ainda, segundo Mariane, houve casos de covid-19 na instituição desde que as aulas foram retomadas presencialmente em fevereiro. O professor de Filosofia Thales Carvalho, que trabalha em uma escola estadual da região leste com estudantes que vão do ensino fundamental ao médio, complementa, "o uso de máscaras geralmente é respeitado. Já o distanciamento social, não. Os alunos gostam de ficar um perto do outro para interagir. Eventualmente, há algum tipo de monitoramento".

Para o pediatra e infectologista do Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz, Marcio Nehab, a retomada é segura, desde que os indicadores da pandemia, como número de óbitos e ocupação de leitos, estejam caindo, a exemplo do que acontece na capital paulista. Segundo dados oficiais, na 5ª feira (14.out), os índices eram os menores registrados desde o início da crise sanitária. Quanto aos profissionais da rede estadual, o governo afirma já ter vacinado 97% dos funcionários com ao menos uma dose. Entre os adolescentes de 12 a 17 anos, o percentual está em 90%.

De acordo com o especialista, o ideal é que todas as crianças acima de dois anos usem máscara e fiquem alocadas em um ambiente com boa ventilação. Nehab ressalta a importância da comunicação entre a população e a comunidade escolar, bem como a importância dos responsáveis em alertar as instituições caso haja a exposição do estudante ao vírus, mesmo que ele não desenvolva os sintomas. "Dependendo do número de casos, da taxa de ocupação hospitalar, pode ser que o distanciamento não seja mais necessário, desde que as crianças sigam para a escola com uma máscara adaptada e confortável, e que não apresentem sintomas em hipótese alguma. A taxa de mortalidade, mesmo entre as novas variantes, como a Delta, é baixa em crianças, assim como a de internações e complicações", pontuou o infectologista.

Anúncio de retorno obrigatório às aulas presenciais foi feito durante coletiva de imprensa

Na última 4ª feira (13.out), durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, o governador João Doria (PSDB) anunciou a retomada obrigatória do ensino presencial nas escolas das redes pública e privada a partir da próxima 2ª (18.out). Até então, as instituições funcionavam sob o esquema de rodízio. Entre as exceções, está o grupo composto por jovens com comorbidades e que sejam menores de 12 anos. Para a faixa etária, não há uma vacina aprovada no país, dada a opção de manter as atividades em casa. Até o dia 3 de novembro, o revezamento está mantido e será determinado por cada unidade a depender da capacidade física da escola. A partir da data, o distanciamento e o rodízio deixam de ser obrigatórios.

Em nota, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) criticou o retorno, classificando a medida como "negacionista e irresponsável", e que representa "o desprezo pela vida e pela saúde da comunidade escolar". Procurado, o Governo do Estado de São Paulo não se manifestou.

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