Raio-x da vacinação: por que a região Norte é a que menos vacina?
Os sete estados da região estão entre 11 com menor percentual de imunizados no país; secretário aponta dificuldades
Roraima, Pará e Amapá, o que esses estados têm em comum é: além de pertencerem à região Norte, estão entre os que, proporcionalmente, menos aplicaram vacinas contra a covid-19 no país. Até a noite de 6ª feira (20.ago), os três locais eram, respectivamente, os que tinham menor percentual da população imunizada com a primeira dose. Um reflexo que se repete entre os demais estados da região: os sete do Norte estão entre os 11 que menos vacinaram no país. Os dados são do site CoronavirusBot, que compila informações das secretarias estaduais de Saúde.
O primeiro pensamento pode ser ligar o desempenho às dificuldades logísticas -- mostradas pelo SBT News na reportagem especial Cargas de esperança. Mas o secretário de Saúde do Amapá, Juan Mendes, elenca o perfil da população e questões ligadas ao acesso à internet como principais explicações para o posicionamento no ranking nacional.
"Existe um parâmetro de distribuição de vacina que nos estados do Norte se dá de forma diferenciada. Qual é o principal deles? A pirâmide etária, que aqui é diferente do restante do Brasil, especialmente do Sudeste. O que isso significa? Que nós temos uma população mais jovem. Isso foi um fator determinante nas primeiras fases de distribuição. Outra influência diz respeito aos grupos prioritários, entre eles as pessoas com comorbidades, profissionais da saúde e profissionais da segurança. Proporcionalmente, nesses estados do Norte do Brasil, especialmente Amapá, Acre, Roraima e Rondônia, esses grupos são bem diferentes das regiões Centro-Sul e Sudeste", pontua.
Ele acrescenta ainda as dificuldades de inserir informçaões nas plataformas do Plano Nacional de Imunização. "A gente tem uma dificuldade de acesso à internet em comunidades mais distantes. Então, esses cadastros eram feitos de forma manual e os profissionais retornavam às sedes das secretarias municipais para os dados, a partir daí, serem colocados nos sistemas de informação do Plano Nacional de Imunização. Então não é só uma questão de distância, de dificuldade logística."