Raio-x da vacinação: enquanto 1ª dose avança no país, 2ª é desafio

Mesmo com o avanço notável das primeiras doses da vacinação, a aplicação de segundas doses de imunizantes contra a covid-19 caminha a passos lentos no país. Até este sábado (14.ago), nenhuma das unidades da Federação havia vacinado 40% da sua população com as duas doses de vacina. 

O estado que mais se aproxima da marca é Mato Grosso do Sul, com 37,32% da população vacinada com as duas doses -- ou aplicação única. A marca dos 40% é tida como uma referência para um maior impacto da vacinação no país, segundo a professora de Imunologia da Universidade de Brasília (UnB), Andrea Maranhão.

"As pessoas falaram bastante em imunidade de rebanho ou coletiva. Falam em torno de 60%, 70% [...] Para a covid, a gente vai fazer diferença quando tiver com 40% da população imunizada", explica a docente.

Além da falta de imunizantes, como ocorreu na última semana no Rio de Janeiro, e a diferença de cronograma entre as diferentes marcas de vacina, um dos motivos apontados para baixa procura de doses é a falta de comparecimento da população para receber o reforço. 

Nesta semana, o Ministério da Saúde divulgou que 7 milhões de pessoas não voltaram para receber a segunda aplicação. A pasta e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, têm reiterado a importância em terminar o ciclo vacinal. O titular da Saúde também rechaçou a possibilidade de falta de imunizantes.

"É um esforço hercúleo que todos nós aqui fazemos para conseguir vacinas para a população brasileira, então, não justifica que as pessoas não busquem as salas de vacinação para tomar a segunda dose", disse o ministro.

A expectativa, segundo cronograma do ministério, é de que toda população esteja vacinada com primeira dose da vacina até o próximo mês.