Anvisa refuta acusações de que teria difamado fabricante da Sputnik V
Autoridade regulatória apresentou documentos que comprovam presença de adenovírus replicante
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizou uma apresentação nesta 5ª feira (29 abr.) com o objetivo de responder às acusações feitas pelo Instituto Gamaleya de que teria espalhado "informações falsas e imprecisas intencionalmente". Hoje mais cedo, a fabricante da vacina Sputnik V negou que houvesse adenovírus replicante em seu imunizante contra a Covid-19 e disse que processaria a Anvisa por difamação.
A presença do adenovírus replicante no imunizante, ou seja, partícula de vírus com capacidade de se replicar no organismo humano, foi um dos motivos apontados pela agência para negar a importação de doses da substância russa. Durante a apresenção em resposta ao Gamaleya, Antonio Torres, diretor da autoridade regulatória brasileira, afirmou que "as informações sobre a presença de adenovírus replicantes constam dos documentos entregues pelo desenvolvedor da vacina Sputnik V".
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Ainda segundo ele, as análises feitas pela Anvisa com base no pedido de importação foram enviadas para a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras agências regulatórias estrangeiras. "Não há nesta instituição nenhuma pessoa que tenha qualquer interesse ou júbilo em negar a importação de qualquer vacina, produto no escopo da sensiblidade de todos os seres humanos que hoje padecem com esta pandemia", disse Torres.
Na sequência, Gustavo Mendes, gerente geral de medicamentos da Anvisa, reforçou que não pode haver adenovírus replicantes em imunizantes que dizem não possuir e apresentou documentos do próprio Gamaleya segundo os quais a Sputnik V contém partículas do tipo e dentro de um limite 300 vezes superior que o maior estabelecido por uma autoridade regulatória no mundo, que é o da americana FDA.
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Também na apresentação, foram mostrados trechos de uma reunião realizada, em 23 de março, com representates do Gamaleya, em que este era questionado do porquê de não ter recuado no desenvolvimento da vacina mesmo após notar a presença do adenovírus. Na ocasião, conforme o vídeo, os representates da fabricante russa sugeriram que o motivo era o desejo de não demorar para chegar à conclusão dele e pediram para a Anvisa enviar as questões que tinha.
A agência fala então que enviou um e-mail com questionamentos e, em 26 de março, recebeu um retorno no qual não constavam respostas para os problemas analisados na Sputnik V.