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Ritmo lento e "fura-filas" marcam os três meses de vacinação no Brasil

Um trimestre após a primeira aplicação, país tem 10% de imunizados e 1,7 mil reclamações de "fura-filas"

Ritmo lento e "fura-filas" marcam os três meses de vacinação no Brasil
Profissional da saúde insere agulha de seringa em frasco contendo dose de vacina contra a Covid-19 (Agência Brasil)
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O histórico momento em que o Brasil recebeu uma injeção de esperança pelo fim da pandemia do novo coronavírus completa três meses neste sábado (17.abr). Em 17 de janeiro de 2021, a enfermeira Mônica Calazans se tornava a primeira pessoa vacinada contra a covid-19 no país depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso emergencial dos imunizantes CoronaVac e Covishield. O evento com a profissional, que marcou o início da campanha de imunização contra o Sars-CoV-2, ocorreu no Hospital das Clínicas da capital paulista.

De lá para cá, o país soma 28.313.941 doses aplicadas de alguma das substâncias aprovadas no início do ano, sendo cerca de 21,3 milhões como primeira e 6,9 milhões como segunda, de acordo com o Ministério da Saúde. O número de vacinados com ao menos uma dose representa 10% da população brasileira e 27,6% do grupo prioritário, que, segundo a 5ª edição do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação, é composto por 77.279.644 pessoas.

Neste grupo, profissionais da área da saúde, idosos acima de 80 anos e idosos acima de 70 ocupam as três primeiras colocações do ranking de perfis que mais receberam a vacina, em números absolutos: 8.000.396, 5.443.818 e 4.517.625, respectivamente. Em relação aos estados, também em números absolutos, São Paulo (7.721.671), Minas Gerais (2.641.821) e Bahia (2.260.359) foram os que mais aplicaram até o momento.

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De todo modo, passado um trimestre desde que a campanha começou e diante da subida constante dos números de mortos por covid-19 (368.749) e casos da doença (13.832.455), além da possibilidade de o país entrar no mês de maio com 436 mil óbitos, muitos brasileiros anseiam pela chegada de mais doses e, consequentemente, pela aceleração da vacinação, apontada por especialistas como a única forma de retorno à normalidade social e econômica.

Até agora, o Instituto Butantan, responsável pela produção da CoronaVac, entregou 40,7 milhões de unidades ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), enquanto a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável por fabricar a Covishield, liberou 9,2 milhões. Outras 1.022.400 chegaram ao país no mês passado, pelo programa Covax Facility, da Organização mundial da Saúde (OMS).

O governo federal afirma que tem contrato fechado com cinco laboratórios: Butantan, Fiocruz, Pfizer, Jassen, Covax Facility, Precisa Medicamentos e União Química; o que garante entrega de 562 milhões de doses de vacinas da Covid-19 até o final 2021. Entretanto, os imunizantes dos dois últimos, o indiano Covaxin e o russo Sputnik V, ainda não têm registro definitivo ou autorização para uso emergencial no território brasileiro.
 

Os "fura-filas" da vacinação

 

Como se a falta de doses suficientes para vacinar toda a população não bastasse para impedir que se contenha a subida das mortes por covid-19, ao travar a fila de pessoas aptas a receber o imunizante, outro problema é observado pelas autoridades de saúde para conseguir atender todo o grupo prioritário. Enquanto muitos brasileiros respeitam chegar sua vez de receber o imunizante, mesmo que cansados da pandemia, desde janeiro há pessoas achando formas de burlar a espera e, assim, tomando a dose na frente de quem precisa mais. São os chamados "fura-filas" da vacinação, que levaram até mesmo Manaus (AM) a suspender sua campanha no início.

Dado da Ouvidoria Nacional do Ministério Público (ONMP), levantado na 6ª feira (16 abr.) a pedido do SBT News, mostra que foram 1.767 manifestações sobre casos de "fura-filas" até agora no serviço, incluindo denúncias e pedidos de informação referentes a ocorrências também. São em média 21 por dia desde 26 de janeiro, quando houve as primeiras. Em 9 de fevereiro, conforme comunicado emitido na época pela ONMP, já existiam 1.065 manifestações.

Por enquanto, a nível federal, não há qualquer lei específica para punir os casos de "fura-fila". Apenas projetos circulam no Congresso. Um deles, aprovado pelo Senado, prevê detenção de um a três anos e multa. Já outro, da Câmara dos Deputados, determina três anos de reclusão. São os PLs 496/2021 e 25/2021, que continuam tramitando, enquanto as denúncias não param de somar-se.

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