Jornalismo
Toda vacina liberada pela Anvisa será segura, diz Dr. Roberto Kalil
Para cardiologista, vacinação será feita de maneira responsável
Roseann Kennedy
• Atualizado em
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O presidente do Conselho Diretor do InCor e diretor da área de cardiologia do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Roberto Kalil Filho, afirmou que, independentemente da politização do tema, a vacinação contra covid-19 no país será feita de maneira responsável e segura.
"A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é um órgão extremamente competente e, obviamente, as vacinas que a agência liberar para uso serão seguras", avalizou.
Em entrevista ao Poder em Foco, no SBT, Kalil destacou que o Brasil tem um dos melhores sistemas de vacinação no mundo e possui estrutura para imunizar a população. Mas observou que não haverá vacina imediatamente para todos.
"Até a população inteira ser vacinada vai demorar. Não é que a vacina vai chegar hoje e duzentos milhões de brasileiros vão ser vacinados no dia seguinte. Não existe isso! Não vai ter vacina pra todo mundo, provavelmente. Vão ser populações selecionadas de mais risco para serem vacinadas, primeiro", explicou.
Kalil lamentou a proliferação de fake news contra os imunizantes. Ressaltou que os governos fazem campanhas explicativas que devem ser respeitadas. O médico disse que todos devem tomar a vacina por uma questão de proteção e de bom senso. Na opinião dele, no entanto, não é possível obrigar ninguém a se vacinar.
"Você é obrigado a tomar a vacina pra gripe? Não. Mas, se faz bom senso tomar a vacina. Tem vacina disponível, você vai se vacinar sim, pelo risco dessa doença que foi uma tragédia mundial. Nós vamos nos sentir obrigados a nos vacinar, pelo risco que você corre e que você expõe seu colega do lado", orientou.
O médico fez um alerta: "a vacina não é uma bala de prata". Para ele, a maior arma é a manutenção das medidas protetivas de higiene e distanciamento. "Porque se não usa mais máscara, não evita contato, esquece o distanciamento social, você tem o aumento da incidência
do vírus".
Mas, ele acredita nessa conscientização durante e também depois que a pandemia passar. "A cultura vai mudar um pouquinho. Em relação a você estar gripado e usar a máscara, lavar as mãos, não ter contato com pessoas que estão com sintoma respiratório. Essa cultura vai mudar um pouquinho, pra melhor", apostou.
Dr. Roberto Kalil Filho, 61 anos, foi uma das vítimas da covid-19. Em abril, passou dez dias internado no Hospital Sírio-Libanês para tratar de uma severa pneumonia causada pelo novo coronavírus. Curado, ele advertiu sobre os riscos clínicos provocados pela enfermidade, mesmo depois de o paciente não estar mais infectado. "Esta doença tem que ser acompanhada durante meses. Não é simplesmente estou curado e vou embora. Pode ter sequela em vários órgãos, pulmonares e cardíacos", instruiu.
O Dr. Roberto Kalil Filho afirmou que o Sistema Único de Saúde teve papel fundamental para salvar vidas e que, se não fosse o SUS, a tragédia que já resultou em mais de 186 mil mortes no país, seria ainda maior. "O SUS se mostrou extremamente competente. Comparado com outros sistemas do mundo, é um sistema brilhante que atende mais de cem milhões de pessoas, na pandemia mostrou a que veio", constatou.
O médico lamentou que o sistema esteja subfinanciado e sucateado em alguns locais. Fez um apelo por mais investimentos e foi taxativo ao afirmar que o SUS não pode ser privatizado. "Nós temos, brasileiros, governos, população, mídia, que fortalecer o SUS de todas as maneiras possíveis. Mas o Sistema Único de Saúde tem que ser preservado e não privatizado".
Mas ele não é contra parcerias com a iniciativa privada. "Nós temos que ter recurso para o SUS. Se vem das parcerias público-privadas, é ótimo, das OSS (Organizações Sociais de Saúde) é fundamental. O que acontece muitas vezes é má gestão e aí o recurso é mal utilizado. Tem que ter mais gestão", concluiu.
Roberto Kalil falou em tese sobre o assunto. Fez questão de ressaltar que não conhecia detalhes sobre o decreto 10.530 publicado pelo Governo Bolsonaro em outubro passado, no Diário Oficial da União. O texto, que os opositores trataram como tentativa de privatização do SUS, solicitava estudos sobre a possibilidade de firmar parcerias e conceder à iniciativa privada as UBSs (Unidades Básicas de Saúde). As UBSs são a porta de entrada para atendimento no sistema. O tema causou polêmica e o decreto foi revogado.
O Poder em Foco foi exibido neste domingo (20). Além da âncora do programa Roseann Kennedy, participou da entrevista o jornalista Mateus Vargas, do jornal O Estado de São Paulo.
"A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é um órgão extremamente competente e, obviamente, as vacinas que a agência liberar para uso serão seguras", avalizou.
Em entrevista ao Poder em Foco, no SBT, Kalil destacou que o Brasil tem um dos melhores sistemas de vacinação no mundo e possui estrutura para imunizar a população. Mas observou que não haverá vacina imediatamente para todos.
"Até a população inteira ser vacinada vai demorar. Não é que a vacina vai chegar hoje e duzentos milhões de brasileiros vão ser vacinados no dia seguinte. Não existe isso! Não vai ter vacina pra todo mundo, provavelmente. Vão ser populações selecionadas de mais risco para serem vacinadas, primeiro", explicou.
Kalil lamentou a proliferação de fake news contra os imunizantes. Ressaltou que os governos fazem campanhas explicativas que devem ser respeitadas. O médico disse que todos devem tomar a vacina por uma questão de proteção e de bom senso. Na opinião dele, no entanto, não é possível obrigar ninguém a se vacinar.
"Você é obrigado a tomar a vacina pra gripe? Não. Mas, se faz bom senso tomar a vacina. Tem vacina disponível, você vai se vacinar sim, pelo risco dessa doença que foi uma tragédia mundial. Nós vamos nos sentir obrigados a nos vacinar, pelo risco que você corre e que você expõe seu colega do lado", orientou.
Bala de prata
O médico fez um alerta: "a vacina não é uma bala de prata". Para ele, a maior arma é a manutenção das medidas protetivas de higiene e distanciamento. "Porque se não usa mais máscara, não evita contato, esquece o distanciamento social, você tem o aumento da incidência
do vírus".
Mas, ele acredita nessa conscientização durante e também depois que a pandemia passar. "A cultura vai mudar um pouquinho. Em relação a você estar gripado e usar a máscara, lavar as mãos, não ter contato com pessoas que estão com sintoma respiratório. Essa cultura vai mudar um pouquinho, pra melhor", apostou.
Tratamento
Dr. Roberto Kalil Filho, 61 anos, foi uma das vítimas da covid-19. Em abril, passou dez dias internado no Hospital Sírio-Libanês para tratar de uma severa pneumonia causada pelo novo coronavírus. Curado, ele advertiu sobre os riscos clínicos provocados pela enfermidade, mesmo depois de o paciente não estar mais infectado. "Esta doença tem que ser acompanhada durante meses. Não é simplesmente estou curado e vou embora. Pode ter sequela em vários órgãos, pulmonares e cardíacos", instruiu.
Privatização do SUS
O Dr. Roberto Kalil Filho afirmou que o Sistema Único de Saúde teve papel fundamental para salvar vidas e que, se não fosse o SUS, a tragédia que já resultou em mais de 186 mil mortes no país, seria ainda maior. "O SUS se mostrou extremamente competente. Comparado com outros sistemas do mundo, é um sistema brilhante que atende mais de cem milhões de pessoas, na pandemia mostrou a que veio", constatou.
O médico lamentou que o sistema esteja subfinanciado e sucateado em alguns locais. Fez um apelo por mais investimentos e foi taxativo ao afirmar que o SUS não pode ser privatizado. "Nós temos, brasileiros, governos, população, mídia, que fortalecer o SUS de todas as maneiras possíveis. Mas o Sistema Único de Saúde tem que ser preservado e não privatizado".
Mas ele não é contra parcerias com a iniciativa privada. "Nós temos que ter recurso para o SUS. Se vem das parcerias público-privadas, é ótimo, das OSS (Organizações Sociais de Saúde) é fundamental. O que acontece muitas vezes é má gestão e aí o recurso é mal utilizado. Tem que ter mais gestão", concluiu.
Roberto Kalil falou em tese sobre o assunto. Fez questão de ressaltar que não conhecia detalhes sobre o decreto 10.530 publicado pelo Governo Bolsonaro em outubro passado, no Diário Oficial da União. O texto, que os opositores trataram como tentativa de privatização do SUS, solicitava estudos sobre a possibilidade de firmar parcerias e conceder à iniciativa privada as UBSs (Unidades Básicas de Saúde). As UBSs são a porta de entrada para atendimento no sistema. O tema causou polêmica e o decreto foi revogado.
O Poder em Foco foi exibido neste domingo (20). Além da âncora do programa Roseann Kennedy, participou da entrevista o jornalista Mateus Vargas, do jornal O Estado de São Paulo.
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