MPF prorroga investigação sobre suspeitos de invadir celulares
A defesa de Walter Delgatti, considerado o líder do bando, afirma que o preso não recebeu recompensa financeira pelos vazamentos
SBT News
O Ministério Público Federal prorrogou nesta segunda-feira (29) a investigação sobre os quatro suspeitos de invadir os telefones celulares do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e de outras autoridades.
O MPF atendeu a um pedido da Polícia Federal e estendeu o prazo das apurações para mais noventa dias. Já a duração da prisão temporária dos suspeitos se encerra nesta terça-feira (30). Em audiência de custódia, a Justiça irá definir se também prorroga o tempo de detenção, se transforma em prisão preventiva, sem prazo determinado, ou se eles responderão ao processo em liberdade.
Na manhã desta segunda-feira, a defesa de Walter Delgatti Neto compareceu à Superintendência da Polícia Federal. Segundo os advogados, as informações obtidas nas invasões dos celulares de autoridades foram vazadas sem fins lucrativos.
Ainda no mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro comentou sobre o caso, e disse que o jornalista Glenn Greenwald, que recebeu as mensagens, teria cometido um crime.
"Espero que a Polícia Federal chegue, realmente, ligue os pontos todos. No meu entender, isso teve transação, no meu entender, transação pecuniária, né. E, pelo que tudo indica, a intenção é sempre atingir, no caso, a Lava Jato, atingir o Sérgio Moro, atingir a minha pessoa. Tentar desqualificar, desgastar. Invasão de telefone é crime, ponto final", afirmou Bolsonaro.
Glenn Greenwald, por sua vez, respondeu ao comentário do presidente com um trecho da Constituição, que trata sobre a liberdade de expressão.
"Se alguém puder mostrar ao president o que a Constituição brasileira garante, acho que seria útil. Eu destaquei as partes mais importantes para ele", escreveu o jornalista.
Novas mensagens atribuídas à Força-Tarefa da Lava Jato foram divulgadas pela 'Folha de S.Paulo', em parceria com o site 'The Intercept Brasil'.
Nelas, os procuradores afirmam que não é possível aproveitar nada da delação do ex-ministro Antonio Palocci, mas que ele teria sido o único a quebrar o código de honra do Partido dos Trabalhadores.
Parte do depoimento de Palocci foi divulgado pelo então juiz Sérgio Moro seis dias antes do primeiro turno das eleições do ano passado. Para o PT, Moro tentou manipular o resultado eleitoral.