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Morre catador de papel baleado em ação do exército no Rio

Luciano Macedo é a segunda vítima deixada por militares durante o fuzilamento, com 80 tiros, do veículo de uma família

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Morre catador de papel baleado em ação do exército no Rio
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Na madrugada desta quinta-feira (18), morreu o catador de papel que foi baleado na ação do Exército que alvejou com oitenta tiros o carro de Evaldo dos Santos Rosa, no último dia 07.

Luciano Macedo, de 28 anos, foi atingido por três tiros enquanto tentava socorrer o músico e sua família.

O catador passou onze dias internado no Hospital Estadual Carlos Chagas, na Zona Norte da cidade, mas, após ser submetido a uma traqueostomia e a uma cirurgia nos pulmões, não resistiu.

A Justiça chegou a determinar, duas vezes, a transferência de Luciano para uma unidade hospitalar com mais recursos, porém, nenhuma delas foi cumprida.

Em nota, a Secretaria de Saúde do estado informou que o paciente apresentava estado de saúde gravíssimo e que, por isso, não era possível fazer a transferência do paciente.

Luciano era catador de materiais recicláveis; ele deixa a esposa grávida de cinco meses.

O enterro da vítima está previsto para esta sexta-feira (19) e será pago por pessoas que se comoveram com a história.

A família do catador afirma que, até o momento, não recebeu nenhuma assistência do Exército.

O representante da ONG 'Rio de Paz', Antônio Carlos, critica a postura dos militares com relação ao caso.

"É fato que as Forças Armadas trouxeram um grave prejuízo à sua imagem perante a sociedade brasileira. Isso tem que ser enfatizado: um crime ocorreu e ele foi praticado pelo Estado brasileiro", explica Antônio.

O Comandante Militar do Sudeste, General Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, por sua vez, tratou a morte como uma fatalidade. 

"São situações que a gente vivencia que são extremamente difíceis, complexas. Foi uma fatalidade. O pessoal tem colocado como assassinato. Não foi.", declarou o oficial.

Em nota, o Comando Militar do Leste informou que lamenta a morte de Luciano e que já designou uma autoridade militar para entrar em contato com o advogado que representa a família da vítima. 

Luciano foi a segunda vítima da ação do Exército Brasileiro, que fuzilou com oitenta tiros o carro de uma família, em Guadalupe, na Zona Norte do Rio. 

O músico Evaldo dos Santos Rosa, a quem Luciano tentava ajudar, morreu no local. 

 

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