Racismo: Mulher negra é expulsa de lanchonete com os filhos em SP
O Procon estabeleceu um prazo de quarenta e oito horas para a empresa dar explicações. O advogado pretende alterar a ocorrência, registrada como injúria, para racismo.
![Racismo: Mulher negra é expulsa de lanchonete com os filhos em SP](/_next/image?url=https%3A%2F%2Fsbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com%2FRacismo_Mulher_0e3e1507e8.jpg&w=1920&q=90)
Uma mulher negra foi expulsa de uma lanchonete com os filhos de sete e três anos, em São Paulo.
Fernanda havia levado as crianças para tomar um sorvete em uma rede de fast-foods famosa na capital quando foi abordada com hostilidade por um dos seguranças do local.
"Dei o meu cartão para o menino (o filho mais velhos de sete anos) e ele colocou na maquininha. Quando ele (o caixa) pediu a senha, o segurança já veio e começou a me xingar 'Ow, sai daí, não é para pedir aqui não!", explicou Fernanda.
Quando ela respondeu ao guarda que não estava pedindo, mas, pagando pela compra dos sorvetes, o funcionário começou a ofendê-la, usando o que ela descreveu como "palavrões feios".
Diante das agressões verbais, Fernanda procurou o gerente do estabelecimento, para pedir ajuda. O responsável respondeu à cliente que a empresa de segurança era terceirizada e que nada poderia ser feito sobre o caso.
Outros clientes que presenciaram o episódio aconselharam, então, a vendedora a chamar a polícia e a registrar um boletim de ocorrência. Foi o que Fernanda fez.
Mediante o caso absurdo de racismo, o Procon estabeleceu um prazo de quarenta e oito horas para a empresa dar explicações.
Tristes casos como o de Fernanda têm se tornado cada vez mais comuns em São Paulo. Desde 2015, as ocorrências de injúria cresceu quase 10% na capital.
Desta forma, o advogado de Fernanda quer que, na Justiça, o caso seja considerado racismo e não injúria, como foi registrado.
"Ele impediu a entrada de uma pessoa que ia comprar em razão da cor da pele dela, então, essa segregação se enquadra no crime de racismo", esclareceu o magistrado Dr. Vanderson.
Na lei, racismo é um crime inafiançável. A rede de lanchonetes onde ocorreu o crime contra Fernanda, o Mc Donalds, informou que afastou o segurança, que está apurando o caso e que não aprova nenhum tipo de discriminação.
Em todo o país, mais de 3.532 denúncias de racismo foram recebidas pelo Ministério dos Direitos Humanos em apenas quatro anos.
No Rio de Janeiro, ainda nesta semana, um vídeo gravado por duas jovens em um shopping viralizou nas redes sociais. Nas imagens, um rapaz negro é xingado enquanto trabalha.
Em outro vídeo, a mesma garota ainda ofende o funcionário da lanchonete. "Ele é um preto, feio, horroroso", ela dizia.
O caso não foi denunciado à polícia. Na internet, uma das jovens autoras das falas discriminatórias disse que namorou durante seis anos, admitiu que errou e pediu desculpas.