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Rússia diz que irá garantir segurança de navios em portos ucranianos

Desde que Ocidente derrube sanções e Ucrânia tire minas de portos; Kiev rejeitou a proposta

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Mariupol, Ucrania
• Atualizado em
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O ministro das Relações Exteriores da Rússia afirmou nesta 4ª feira (8.jun) que Moscou está disposta a garantir um corredor seguro para a passagem de grãos ucranianos e não irá aproveitar a desminagem dos portos do Mar Negro para atacar regiões sob poder da Ucrânia.

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Sergey Lavrov está na Turquia, onde participou de uma reunião com o seu equivalente turco Mevlut Cavusoglu para discutir uma proposta da ONU para libertar Odessa e outros portos do Mar Negro da Ucrânia e permitir que 22 milhões de toneladas de grãos armazenados em silos sejam embarcados. A Ucrânia é um dos maiores exportadores mundiais de trigo, milho e óleo de girassol, mas a invasão da Rússia e o bloqueio de seus portos interromperam grande parte desse fluxo, colocando em risco o fornecimento de alimentos para muitos países em desenvolvimento, especialmente na África. Muitos desses portos agora também estão fortemente minados.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, vem trabalhando há semanas em um pacote que permitiria à Ucrânia exportar trigo e outras commodities e permitiria que a Rússia exportasse grãos e fertilizantes para os mercados globais

De acordo com Lavrov, a Rússia está pronta para formalizar a garantia para Odessa. O enviado russo prometeu que Moscou não "abusaria" de sua vantagem naval se as minas fossem removidas dos portos da Ucrânia e "tomaria todas as medidas necessárias para garantir que os navios pudessem sair de lá livremente".

A Turquia considerou o plano "razoável" e "viável", embora tenha reconhecido que exigiria negociações entre Kiev e Moscou. No entanto, Kiev rejeitou a proposta, dizendo que "não era credível". Autoridades ucranianas e da União Europeia também questionam a promessa

O chefe do grupo de comerciantes de grãos da Ucrânia zombou do esforço da Turquia para negociar um acordo.

"A Turquia não tem energia suficiente no Mar Negro para garantir a segurança da carga e dos portos ucranianos", disse o chefe da União de Grãos da Ucrânia, Serhiy Ivashchenko, também nesta 4ª. Ele disse que levaria de três a quatro meses para remover as minas marítimas e também alegou que foi a Rússia que minou a área.

"Vamos ser muito claros", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Parlamento Europeu em Estrasburgo, França, ao comentar as falas de Lavrov. "Nossas sanções não atingem produtos alimentícios básicos. Eles não afetam o comércio de grãos ou outros alimentos entre a Rússia e países terceiros. E o embargo portuário especificamente tem isenção total para produtos agrícolas. Então vamos nos ater à verdade. É a guerra de agressão de Putin que alimenta a crise alimentar e nada mais".

No Parlamento Europeu, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, acusou o Kremlin de usar os suprimentos como arma e "cercar suas ações com uma teia de mentiras, ao estilo soviético".

A Ucrânia pede a criação de um corredor marítimo com garantias de segurança, como o fornecimento de armas para defesa contra ameaças marítimas e a participação de navios da Otan no Mar Negro.

* Com informações da Associated Press

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