Saiba quem é Ricardo Lewandowski, novo ministro da Justiça e Segurança Pública de Lula
Ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal ocupa lugar de Flávio Dino, que vai para o STF
Ricardo Lewandowski foi anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quinta-feira (11.jan), como novo ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP). O decreto com a nomeação deve sair em 19 de janeiro. Já a posse está prevista para 1º de fevereiro. Flávio Dino deixa o MJSP e ocupará vaga de ministro no STF, tomando posse em 22 de fevereiro.
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Ministro do Supremo entre 2006 e 2023, após indicação de Lula no segundo mandato do petista, Lewandowski presidiu a Corte entre 2014 e 2016.
Abaixo, saiba mais sobre o novo ministro da Justiça:
Quem é Ricardo Lewandowski?
Enrique Ricardo Lewandowski nasceu em 11 de maio de 1948, no Rio de Janeiro. Formou-se em ciências políticas e sociais, pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo (1971) e possui bacharelado também em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (1973).
É mestre (1980), doutor (1982) e livre-docente em direito do Estado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (1994). Nos Estados Unidos, conseguiu o título de Master of Arts, na área de relações internacionais, pela Fletcher School of Law and Diplomacy, da Tufts University (1981).
De 1974 a 1990, militou na advocacia. Foi conselheiro da Ordem dos Advogados - Seção de São Paulo (1989 a 1990). Ocupou os cargos de secretário de Governo e de Assuntos Jurídicos de São Bernardo do Campo (1984 a 1988) e de presidente da Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo - EMPLASA (1988 a 1989).
Ele ingressou na magistratura como juiz do Tribunal de Alçada Criminal do Estado de São Paulo, pelo Quinto Constitucional da classe dos advogados (1990 a 1997). Foi promovido a desembargador do Tribunal de Justiça (TJSP), por merecimento, onde integrou, sucessivamente, a Seção de Direito Privado, a Seção de Direito Público e o Órgão Especial (1997 a 2006). Além disso, exerceu o cargo de vice-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (1993 a 1995).
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Dino, Lula e Lewandowski
Carreira no STF
Foi ministro do Supremo Tribunal Federal -- indicado e nomeado por Lula -- de 16 de março de 2006 a 11 de abril de 2023. Exerceu a Presidência da Corte e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de 2014 a 2016. Ele presidiu o julgamento do impeachment de Dilma Rousseff (PT) no Senado Federal, em agosto de 2016.
Foi ainda ministro do Tribunal Superior Eleitoral (2006 a 2012). Ocupou a Presidência da Corte Eleitoral de 2010 a 2012. No período, coordenou as eleições gerais de 2010, em que defendeu a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa. Exerceu interinamente o cargo de presidente do Brasil de 15 a 17 de setembro de 2014.
Ações no Supremo
No STF, relatou ações de grande repercussão nacional, como a implantação das cotas raciais em universidades públicas e também do processo que proibiu o nepotismo em órgãos públicos. Em 2013, foi o ministro revisor do processo do mensalão, quando teve uma forte discussão com o então presidente do Supremo, Joaquim Barbosa. Em 2018, autorizou Lula a conceder entrevista da prisão.
Em 2021, votou para a concessão de um habeas corpus para reconhecer a suspeição do ex-juiz Sergio Moro na condução da ação penal que culminou na condenação de Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro referentes ao triplex em Guarujá (SP).
Como presidente do CNJ, foi responsável, além de outras ações, pela implantação das audiências de custódia, nas 27 unidades da federação brasileira.
É professor titular e livre-docente pela Faculdade de Direito da USP. Escreveu, organizou e prefaciou diversos livros. Foi agraciado com vários títulos de cidadania e diversas condecorações, como as Medalhas da Ordem de Rio Branco, do Mérito Naval, do Mérito Militar, do Mérito Aeronáutico e do Congresso Nacional.