Após recaptura de fugitivos, Ministério da Justiça demite diretor de presídio de Mossoró
Humberto Gleydson Fontinele estava afastado do cargo desde 14 de fevereiro, quando os criminosos escaparam do local
Camila Stucaluc
O Ministério da Justiça e Segurança Pública demitiu oficialmente Humberto Gleydson Fontinele, diretor do presídio federal de Mossoró (RN). A dispensa ocorreu na noite de quinta-feira (4), horas após os dois fugitivos da prisão serem recapturados, mas foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) apenas nesta sexta-feira (5).
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Na portaria, a pasta afirma que a dispensa definitiva de Fontinele começará a ser contada desde o dia 14 de fevereiro, quando o diretor foi afastado do cargo. Na data, ele estava responsável pelo presídio quando Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça escaparam do local, ambos ligados ao Comando Vermelho (CV).
Investigações do Ministério da Justiça apontaram que os criminosos abriram um buraco em uma luminária nas celas e, após acessarem uma área de manutenção do presídio, cortaram o arame do pátio com ferramentas da própria obra. Falhas de segurança da unidade penitenciária, como o mau funcionamento de câmeras de segurança e luzes apagadas, também ajudaram na fuga, que teve apoio da facção criminosa.
A busca por Deibson e Rogério durou 50 dias. Ambos foram capturados na rodovia federal 222, próxima à cidade de Marabá (PA), onde planejavam fugir para o exterior. Durante o período de fuga, eles percorreram mais de 1,6 mil km, o que foi possível pelo apoio de outros criminosos. Dois homens que estavam com os fugitivos também foram presos.
Por volta da 1h desta madrugada, Rogério e Deibson desembarcaram no Rio Grande do Norte, onde foram levados de volta para o presídio de Mossoró – que teve a segurança reforçada. Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça, afirmou que os criminosos permanecerão presos em celas separadas e que serão monitorados constantemente.
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“Os dois fugitivos voltarão para o local de onde saíram, para a penitenciária de Mossoró, totalmente reformulada no que diz respeito aos equipamentos de segurança. Eles ficarão separados e haverá vistorias diárias. De lá, certamente não se evadirão”, disse o ministro.