"Integração entre a Receita, PF e militares está sendo muito positiva", afirma Ricardo Cappelli sobre GLOs
Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLOs) ocorrem no Rio de Janeiro e em São Paulo para fortalecer o combate ao tráfico de drogas e armas
Paola Cuenca
Em entrevista ao SBT, nesta 6ª feira (10.nov), o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, avaliou que a atuação de militares das Forças Armadas nos portos e aeroportos dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo potencializa o trabalho desempenhado por auditores fiscais e agentes da Polícia Federal (PF) no combate a crimes. As operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLOs) foram iniciadas nesta 2ª feira (6.nov) e, segundo Cappelli, já há sinais positivos de integração. Inclusive, há possibilidade do trabalho ser estendido para além dos seis meses já previstos.
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"São seis meses de trabalho nessa primeira fase e a gente vai estabelecer métricas para que a gente possa, ao final de seis meses, poder medir os resultados dessa operação. Até porque a Receita Federal tem o mesmo problema que a Polícia Federal de carência de homens. São em torno de 2.500 homens da Receita Federal pra cuidar da questão aduaneira no Brasil, o que é muito pouco. Então, potencializa muito trabalho essas equipes serem apoiadas pelo grande efetivo das Forças Armadas. Eventualmente, funcionando bem, pode levar à uma discussão sobre a permanência e até a ampliação desse modelo de integração", admitiu Cappelli.
O emprego das Forças Armadas no combate ao tráfico de drogas e de armas, além de outros crimes, nos portos de Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ), Itaguaí (RJ) e nos aeroportos internacionais Tom Jobim (RJ) e de Guarulhos (SP) foi autorizado por meio de decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União (DOU), no dia 1º de novembro. Ao todo, 3,7 mil militares do Exército, Marinha e Aeronáutica farão ações preventivas e repressivas no período de 6 de novembro de 2023 a 3 de maio de 2024. O decreto estabelece que Exército e Aeronáutica devem fortalecer as ações já realizadas nas fronteiras do país e que a Marinha deve atuar na Baía de Guanabara, na Baía de Sepetiba, no acesso marítimo ao porto de Santos e na área brasileira do Lago de Itaipu.
Ministério da Segurança Pública
Na entrevista, o secretário-executivo ainda descartou a possibilidade de desmembramento da atual pasta comandada por Flávio Dino para a criação de dois novos ministérios. Segundo Cappelli, o foco da Justiça e Segurança Pública é o de integrar ações. "Nós estamos muito focados na construção do Sistema Único de Segurança Pública, o SUSP. Esse é o nosso objetivo. Até o final de dezembro, nós vamos publicar as diretrizes nacionais para utilização de câmeras corporais por todas as polícias. O que é mais um passo na questão da unificação da Política Nacional de Segurança Pública. Então, esse é o nosso foco. Esse é um debate que vez por outra aparece. Nós respeitamos, mas não nos parece ser o debate mais importante. Não nos parece que criar um, dois ou três ministérios resolva o problema. Não há bala de prata. Não há solução mágica para a questão da segurança pública.", defendeu.
Questionado se o ministério se preocupa com possíveis ataques antissemitas ou islamofóbicos por conta da guerra entre Israel e Palestina, Cappelli afirmou que a pasta está atenta à questão, mas que não acredita na escalada destes conflitos no Brasil. Nesta quarta (8.nov), a Polícia Federal prendeu dois homens suspeitos de participar de planejamento de ataques terroristas no país a mando do grupo terrorista Hezbollah.
Confira a entrevista completa:
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