"Que bala perdida é essa?" diz Lula sobre morte de menina no Rio
Em transmissão online, presidente falou sobre a morte de Eloáh Passos, de 5 anos, atingida por um tiro dentro de casa
Emanuelle Menezes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre a morte da menina Eloáh Passos, de 5 anos, atingida por uma bala perdida dentro de casa, no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro, durante sua live semanal, realizada nesta 2ª feira (14.ago). "Que bala perdida é essa?", questionou ele.
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Lula destacou que é papel dos governantes melhorar a vida dos brasileiros e, para isso, uma mãe não deveria ver sua filha morrer vítima de uma bala perdida.
"Nós, os governantes, temos que fazer um esforço imenso para melhorar a vida desse povo. Fazer com que a mãe sinta possibilidade de cuidar do seu filho, de dar comida, levar para uma boa escola... de não ver uma criança de 5 anos morrer com uma bala perdida. Que bala perdida é essa?", afirmou.
O Chefe do Executivo lembrou também que questionar as mortes de crianças e adolescentes durante operações policiais não é ser contrário a polícia. "Nós não somos contra a polícia não. Nós queremos policiais bem preparados, bem instruídos, com bastante inteligência. O que não pode é sair atirando a esmo", disse Lula.
A declaração foi dada durante o programa "Conversa com o presidente", transmitido pela TV Brasil e pelas redes sociais do governo.
Duas vítimas no Rio
Eloáh Passos, de 5 anos, foi baleada na manhã de sábado (12.ago), no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro. Ela foi atingida com um tiro no peito, dentro de casa, enquanto brincava no quarto. Ainda não se sabe de onde partiu o tiro.
Wendel Eduardo, de 17 anos, estava na garupa de uma moto, na Avenida Paranapuã, quando foi atingido por disparos vindos de uma blitz realizada pela PM. De acordo com a corporação, ele estava armado, na garupa de uma moto que furou o bloqueio policial. Moradores contestam essa versão e dizem que os dois jovens na motocicleta sinalizaram que não estavam com armas.
O tenente-coronel Fábio Batista Cardoso, do comando do 17º Batalhão de Polícia Militar, responsável pela operação, foi afastado do cargo ainda no sábado, para apuração dos fatos.
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