Ministério do Bolsa Família pode parar nas mãos do Centrão
Governo prepara reforma ministerial para agradar o grupo; Desenvolvimento Social está na lista
Principal bandeira das gestões de Luiz Inácio Lula da Silva, o Bolsa Família pode ficar sob cuidados do grupo de partidos conhecido como Centrão. As siglas têm buscado mais espaço para participar do governo e, agora, miram o Ministério do Desenvolvimento Social, pasta que cuida do programa de distribuição de renda -- e que foi cobiçada por Simone Tebet (MDB) na transição, antes de assumir o Planejamento.
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Em participação no programa Poder Expresso, do SBT News, a repórter Débora Bergamasco informou que o ministério pode ser entregue ao deputado André Fufuca (PP-MA), correligionário do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Enquanto isso, há um processo de fritura do atual titular da pasta, o ex-governador do Piauí. Segundo a jornalista, "fontes palacianas dizem que o ministro está fraco, não entrega, não estão gostando do trabalho dele, o resultado está sendo insatisfatório, tudo é muito demorado na pasta, precisava ser alguém mais ágil...".
Ainda de acordo com Débora Bergamasco, foi o próprio presidente da Câmara -- ex-aliado de Jair Bolsonaro (PL) -- que buscou a aproximação com o governo. Lula, por sua vez, em entrevista exclusiva ao SBT, tergiversou, dizendo que não são os partidos que escolhem os cargos, mas o governo que oferece os cargos à disposição. Mas não negou a possibilidade -- como fez com o Ministério da Saúde.
Outras mudanças
Além do Desenvolvimento Social e do Turismo -- que tem a saída de Daniela Carneiro e a entrada de Celso Sabino (União Brasil) como iminentes --, outros órgãos também devem passar por mudanças para agradar o Centrão. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, pode ter Gilberto Occhi, mais uma vez, como presidente. Ele já esteve à frente do banco, assim como de ministérios nos governos de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).
Na Saúde, embora o ministério vá continuar com Nísia Trindade, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) pode ser recriada e entregue a um nome que agrade partidos como o PP de Arthur Lira, o Republicanos e o União Brasil.