Mercosul: acordo com União Europeia e integração regional para além do comércio
Brasil assumirá comando do bloco nesta 3ª feira por seis meses
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já sabe quais marcas quer imprimir durante os seis meses em que o Brasil irá comandar a presidência temporária do Mercosul, bloco que reúne Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai (Venezuela está suspensa).
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Nesta 3ª feira (4.jul), durante o encerramento da reunião de cúpula do Mercosul, em Puerto Iguazú, na Argentina, Lula vai discursar e apresentar preocupações e diretrizes da gestão brasileira à frente do bloco.
A principal delas é a conclusão do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. O documento foi assinado em 2019 e desde então aguarda a ratificação de todos os países signatários. O parlamento francês apresentou em junho uma resolução contra esta ratificação. Sob alegações ambientais, o agronegócio francês se preocupa com uma possível concorrência desleal diante de produtos sul-americanos.
O governo brasileiro está preparando um documento como resposta às dificuldades impostas por países europeus para a conclusão do acordo com a União Europeia. O texto ainda está em processo interno de consultas no Brasil, prestes a ser concluído. Depois disso, será apresentado aos demais países membros do Mercosul, para avaliação e aprimoramento. Mas a resposta não ficará pronta a tempo de circular na reunião da cúpula, que termina 4ª feira (5.jun).
Outra diretriz do Brasil durante o comando temporário do Mercosul será focar na integração regional entre os países do bloco de forma a avançar para além das relações de compra e venda entre as nações. O desejo é investir em infraestrutura para integração física, como a rota bioceânica, quase concluída, que liga por terra os oceanos Atlântico e Pacífico, cruzando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.
A cooperação nas áreas de energia e saúde também são vistas como estratégicas pelo Brasil.
Nesta 3ª feira, durante reunião entre os ministros das relações exteriores dos países membros do Mercosul e também das nações associadas, o chanceler da Argentina, Santiago Cafiero, disse que será assinado um acordo de cooperação na área de cibersegurança para ajudar no enfrentamento de ameaças cibernéticas que ultrapassem fronteiras.
A volta da Venezuela ao Mercosul, apesar de polêmica, será defendida pelo Brasil ao longo do semestre.
Lula chega na noite desta 2ª feira (3.jun) a Puerto Iguazú. Na 3ª, participa da reunião de cúpula com os outros chefes de Estado e no fim do dia, cruzará a fronteira rumo ao Brasil para participar de um evento na Usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu.