Itamaraty deve chamar embaixadora da Espanha para falar sobre racismo
Convocação é vista como demonstração de que o país considera grave a ocorrência
SBT News
O Ministério das Relações Exteriores deve convocar a embaixadora da Espanha no Brasil, María del Mar Fernández-Palacios, para falar sobre os ataques racistas contra o jogador de futebol Vinícius Jr., do Real Madrid. No domingo (21.mai), o atleta foi expulso da partida após reagir a xingamentos racistas vindos da arquibancada.
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O objetivo é transmitir oficialmente repúdio ao governo espanhol pelas manifestações e cobrar punição aos responsáveis. O chamado de um embaixador ou embaixadora -- que é o representante oficial de um país -- demonstra que o Brasil considera grave a ocorrência.
Outras frentes
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, informou que o Brasil vai notificar oficialmente as autoridades espanholas e a La Liga, responsável pelo torneio de futebol profissional espanhol. "Repudiamos mais uma agressão racista contra o Vini Jr. Notificaremos autoridades espanholas e a La Liga. O Governo brasileiro não tolerará racismo nem aqui nem fora do Brasil! Trabalharemos para que todo atleta brasileiro negro possa exercer o seu esporte sem passar por violências", afirmou a ministra em seu perfil no Twitter, informou o governo federal em nota.
Repudiamos mais uma agressão racista contra o @vinijr. Notificaremos autoridades espanholas e a La Liga. O Governo brasileiro não tolerará racismo nem aqui nem fora do Brasil! Trabalharemos p/ que todo atleta brasileiro negro possa exercer o seu esporte sem passar por violências.
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Já o embaixador do Brasil em Madri, Orlando Leite Ribeiro, pediu reuniões formais com o presidente da "La Liga", Javier Tebas, e o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales.
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, cobrou uma postura mais firme de entidades esportivas, governos, da imprensa e de patrocinadores. Em especial depois que o presidente de La Liga, Javier Tebas, optou num primeiro instante não por se posicionar contra o ato de racismo do fim de semana, mas por acusar Vini Jr. de criticar e injuriar a entidade, informou o Palácio do Planalto.
"Em vez de se solidarizar com Vini Júnior, o presidente de La Liga resolve atacar o atleta pelas redes sociais. Para além do destempero do cartola, seria o caso de se perguntar como as empresas que patrocinam a La Liga se posicionam", afirmou o ministro.
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