Alckmin fala sobre CPI e defende MST: "Trabalho sério que pouca gente conhece"
Em feira do movimento, vice-presidente elogiou produção de alimentos e endossou reforma agrária
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, saiu em defesa do trabalho desenvolvido pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e questionou a ação da Câmara dos Deputados em criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o MST.
"Sou muito cauteloso com esta história de CPI. O trabalho do legislativo é legiferante [ou seja, legislar], não policialesco. Sou muito cauteloso em relação a qualquer CPI. Acho que já há muitos órgãos de fiscalização: TCUs [tribunais de contas], MP [ministério público], Controladoria, Corregedoria. A função precípua [dos deputados e senadores] é legislar bem, aperfeiçoar o modelo legislativo, aprofundar o debate de questões complexas como a reforma tributária, que não é uma situação simples. Você tem que estudar, ouvir bastante. Ou a ancoragem fiscal, [sobre a qual é preciso] aprofundar [a discussão], comparar como outros países fizeram, onde foi bem-sucedido", disse Alckmin, após visitar a 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária no sábado (13.mai), em São Paulo.
O vice-presidente também elogiou o trabalho do movimento, e disse que ao comprar alimentos produzidos pelo MST, as pessoas adquirem produtos saudáveis e podem "melhorar a renda de quem trabalha". Alckmin ainda saiu em defesa da reforma agrária: "É importante".
No mesmo tema, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, que também foi ao evento do MST no sábado, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai anunciar neste mês um programa de reforma agrária.
"O presidente Lula voltou e, agora no mês de maio, vai anunciar um programa de reforma agrária. A reforma agrária vai voltar para o Brasil, distribuir terra, recuperar terras que estejam improdutivas e destiná-las à reforma com crédito, com assistência técnica e com a formação de cooperativas e agroindústria", destacou Paulo Teixeira.