Lula: "Brasil precisa ter responsabilidade de fazer com que países cresçam"
Presidente participou da cerimônia de posse do novo diretor-geral de Itaipu Binacional
SBT News
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adiou para esta 6ª feira (16.mar) a reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), para discutir as novas regras para controlar os gastos da União. Nesta 5ª feira (16.mar), Lula esteve em Foz do Iguaçu (PR), para a posse do novo diretor-geral de Itaipu Binacional, Enio Verri.
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Ao lado do presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, o petista disse que a renovação do tratado de Itaipu, com o Paraguai, levará em conta o crescimento dos parceiros na região. "É impossível pensar o Brasil rico cercado de países pobres. O Brasil como irmão maior da América do Sul tem que ter a responsabilidade de fazer com que os outros países cresçam juntos conosco", afirmou Lula.
Durante o discurso, uma criança interrompeu a fala e perguntou sobre o preço da picanha. O presidente reagiu com bom humor e voltou a falar sobre o assunto que é uma promessa de campanha. "Caiu o preço da picanha?", disse o menino. "Cadê esse garoto? Ele pode ficar certo quando o pai comprar a primeira picanha, ele vai ter de me ligar e falar: 'ô lula, eu estou comendo a primeira picanha'", falou o presidente.
Ainda em Foz do Iguaçu, Lula se encontrou com a família do tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda, assassinado em julho de 2022 durante a comemoração do aniversário de 50 anos. O bolsonarista Jorge Guaranho invadiu a festa e disparou contra Arruda. Guaranho está preso e é acusado por homicídio duplamente qualificado e, segundo a Justiça, deve ir a júri popular ainda neste ano
Na volta a Brasília, Lula foi à posse do novo presidente do Superior Tribunal Militar (STM), brigadeiro do ar Francisco Parente Camelo. Enquanto isso, o ministro Fernando Haddad discute só com os secretários mais próximos -- Gabriel Galipolo, Rogério Ceron e Guilherme Melo -- as novas regras para evitar o aumento descontrolado da despesa pública.
Na noite de 4ª feira (15.mar), Haddad foi aconselhado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a não divulgar as novas regras que estarão no Projeto de Lei (PL) que será enviado ao Congresso antes de conversar com os líderes partidários na Câmara e no Senado. Em conversa rápida com os jornalistas na saída do ministério, Haddad confirmou que Lula já tem uma prévia das medidas e que, na reunião de 6ª feira, ele vai dar ao presidente detalhes da proposta.
O projeto deve prever a redução do déficit fiscal - o indicador que mostra que o governo gasta mais do que arrecada. Em 2023, o déficit previsto no orçamento é de R$ 231 bilhões. A ordem de Haddad é não vazar detalhes da proposta que já está pronta.
Além dos secretários mais próximos, só a ministra Simone Tebet e o vice-presidente Geraldo Alckmin também conhecem os detalhes. Tebet tem dito que a regra vai prever recursos para investimentos e evitar o que aconteceu nos últimos anos, que, por falta de dinheiro, o Congresso aprovou emendas na Constituição para não cumprir o teto de gastos.
Lula de Haddad devem decidir na 6ª se mantêm a proposta em sigilo ou anunciam as novas regras, antes da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) marcada para a próxima semana. A formalização da proposta seria mais um gesto para sensibilizar o Banco Central (BC) a reduzir juros.
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