Proibição do uso de celular em escolas mostra efeitos após seis meses em Porto Alegre
Professores observam mudança no comportamento dos alunos

Aline Schneider
Seis meses após a proibição do uso de celulares em salas de aula, escolas de Porto Alegre já observam mudanças no comportamento e no desempenho dos alunos. A medida, adotada oficialmente em fevereiro deste ano, vale para cerca de 320 instituições da rede municipal e tem reforçado a concentração e a interação entre os estudantes.
"Hoje, eles conseguem fazer um trabalho bem mais apurado, com muito mais concentração e qualidade", afirmou o professor de português Marcos Froes. Segundo ele, o celular antes era uma distração constante. "Agora, eles interagem entre si, trocam ideias. Isso fez diferença."
O estudante Rafael Alves Sartori, de 13 anos, conta que já nem leva mais o aparelho para a escola. "A turma ficou mais unida e mais presente na aula", relatou. A família dele também percebeu avanços, tanto na aprendizagem quanto na convivência com os colegas.
A diretora Ana Lúcia Nascimento destaca que a proibição também ajudou a reduzir conflitos. "Muitas brigas começavam nas redes sociais e acabavam aqui. Isso diminuiu bastante. Eles estão se relacionando de forma mais saudável."
Aparelhos desligados
A norma proíbe o uso dos celulares durante as aulas, intervalos e avaliações. Em muitos casos, os aparelhos devem permanecer desligados dentro da escola. A legislação nacional orienta estados e municípios a criarem regras locais, como foi feito em Porto Alegre.
Para a especialista Bettina Staren dos Santos, coordenadora de pós-graduação em Educação da PUC-RS, o envolvimento das famílias é essencial. "A participação dos pais fortalece os efeitos positivos da medida e contribui para o desenvolvimento dos alunos."
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