"Portas estão abertas a quem quiser ajudar no combate à fome", diz ministro
Márcio Macedo, da Secretaria Geral da Presidência, quer também diálogo com iniciativa privada
Débora Bergamasco
O ministro da Secreteraria Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, disse em entrevista exclusiva ao SBT ser preciso a união de esforços para o combate à fome. Ele assume a secretaria geral do Consea, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar, que havia sido extinto no governo de Jair Bolsonaro (PL).
"Eu quero ir atrás da inciativa privada, acho que é importante. Tem que ser construído (o combate à fome) com várias mãos: o governo, povo, setor produtivo, o pequeno, médio, grande empreendedor", disse o ministro.
Ao ser questionado se há recursos suficientes do governo federal para combater a fome no Brasil, ele respondeu que o governo tem condição para alocar recursos. "Nesse sentido, nós vamos fazer parcerias para ajudar a resolver o problema da fome. Quem quiser ajudar, quem tiver compromisso de acabar com fome, de ajudar o país a se desenvolver e a gerar emprego, as portas estão abertas", afirmou.
Macedo contou que nesta 3ª feira (28.fev), o Consea já começou os primeiros trabalhos discutindo o cuidado alimentar com a população indígena na reserva Yanomami, no norte do país. "Eu abri os trabalhos junto com a presidenta (do Consea) Beta (Elisabetta Recine), com a primeira-dama (Janja da Silva), e já está sendo feito um debate sobre as políticas que o governo está fazendo pra resolver aquele problema que, na minha opinião, era um genocídio que estava em curso." "Estamos também colhendo sugestões. Amanhã, tem um dia inteiro em grupo de trabalhos sobre os temas das políticas que o governo está já realizando nesse momento e o governo está propondo em relação ao combate a fome para discutir, para ouvir, para fazer correção de rumos e até o final do dia de amanhã sserá definido quando vai ser a nova conferência", completou.
E comemorou: "É um momento de retomada da participação social nas políticas públicas do governo federal." Depois de colhidas e debatidas, as proposições são encaminhadas aos ministérios relacionados e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A primeira-dama, a socióloga Janja da Silva, quando era funcionária da Itaipu já integrava o Consea. Agora, volta a participar do Conselho, atividade em que nenhum membro é remunerado. "A Janja é uma entusiasta do Consea. Além de ser socióloga, tem sensibilidade dessa área social. Ela participou hoje dos trabalhos e quer participar das reuniões. Nós estamos pensando em fazer algumas visitas monitoradas e ela disse que quer participar. Ela é voluntária e convidada a ajudar na consolidação do Consea e a ajudar no debate para que ele possa produzir políticas públicas de enfrentamento da fome e da pobreza".