Haddad nega unificação e diz que moeda comum é voltada a comércio
Ministro afirmou que intenção é estimular importações e exportações; também negou riscos ao Banco do Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a proposta de uma moeda comum com a Argentina tem a intenção de criar uma forma de pagamento alternativa em negociações entre os países, afastando a possibilidade de uma unificação monetária. Em coletiva de imprensa na capital Buenos Aires, realizada nesta 2ª feira (23.jan), o titular da Economia também falou sobre o projeto de um fundo garantidor de crédito para exportação, e disse que o Banco do Brasil "não vai tomar risco".
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"Não estamos defendendo uma moeda única. Estamos defendendo uma engenharia que não seja de pagamento em moedas locais, mas que não chegue ao estágio de uma unificação monetária, como é o caso do euro. Mas que busque uma forma de integração financeira", declarou Haddad.
O titular da Economia também disse ainda não ter mais detalhes de como funcionará a medida, pela proposta ainda estar em negociação com a Argentina, mas afirmou que a moeda comum pode contribuir além da troca entre os dois países. "Vai fortalecer o comércio exterior na região e não vai ser exclusiva do Brasil e da Argentina. O mecanismo que vai ser criado pode vir a favorecer o intercâmbio regional entre quaisquer países", afirmou.
Haddad ainda falou sobre o financiamento de exportações à Argentina, planejado em um fundo garantidor, não trará risco para bancos de nenhum dos países, citando especificamente o Banco do Brasil, cujas ações caíram após o anúncio de concessão de crédito.
"O Banco do Brasil não vai tomar risco nenhum dessa operação de crédito de exportação. Vamos ter um fundo garantidor, que é um fundo soberano, e que vai garantir [os pagamentos]. Nem o banco argentino que estiver financiando, nem o Banco do Brasil, que estiver garantido o exportador, estão envolvidos no risco", pontuou.
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