Após crise de verbas, ministro da Educação fala de 13º para bolsistas
Victor Godoy também rebateu críticas e defendeu legado de Bolsonaro
Roseann Kennedy
Depois da crise orçamentária, que afetou o custeio e as obras de universidades federais em todo o país, além do pagamento de bolsas, o ministro da Educação, Victor Godoy, afirmou nesta sexta-feira (23.dez), ao SBT News, que o governo Bolsonaro avalia pagar um abono aos bolsistas da educação básica e da pós-graduação pela Capes. Seria uma espécie de 13º, em parcela única neste mês. Mas a decisão depende de parecer jurídico para confirmar se o pagamento poderá ser feito.
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Segundo o ministro, a medida visa ajudar a compensar a defasagem inflacionária das bolsas. "Tendo em vista que essa bolsa está há muito tempo sem reajuste (em torno de dez anos), para que esses estudantes e futuros cientistas do Brasil tenham um pouco mais de condições agora no final do ano", afirmou. Ele acredita que os valores extras, autorizados pela PEC da Transição, permitindo uso dos recursos ainda em 2022, poderão financiar a despesa.
O ministro disse que o Governo enfrentou anos complexos, por causa da pandemia, e a prioridade foi destinar recursos para a saúde e para a preservação de empregos. Ele admitiu que isso trouxe mais um desafio ao ministério da Educação, mas afirmou que buscou preservar recursos das universidades e institutos.
No entanto, no final de novembro, foi anunciado um bloqueio. Segundo o ministro, a situação foi solucionada neste mês de dezembro com a aprovação da liberação de recursos extraordinários de R$ 4 bilhões. Godoy acredita que, a partir da próxima segunda-feira (26.dez) a pasta também poderá contar com mais R$ 3,3 bilhões, por causa da aprovação da PEC da Transição, que abriu recursos ainda para 2022.
"Então vamos fechar o ano muito bem, apoiando todas as universidades e institutos", concluiu. Victor Godoy afirmou que, mesmo durante o bloqueio das verbas, o salário dos profissionais das universidades nunca esteve ameaçado.
Legado de Bolsonaro
O ministro da Educação, Victor Godoy, afirmou que o legado do Governo Bolsonaro no setor será um tripé: alfabetização, política de recuperação de aprendizagens e a revolução tecnológica.
"O futuro ministro da Educação disse que a prioridade será a alfabetização e ele já está com todo o caminho trilhado. 5.160 municípios já adotam nossa política, as crianças estão aprendendo a ler e escrever na idade certa, com método científico, com base em evidências", destacou.
Segundo ele, o método programa Tempo de Aprender aumentou em 27% a efetividade da alfabetização nas escolas vulneráveis e 22% nas não vulneráveis.
"Se a prioridade do próximo governo é alfabetização e educação básica, o trem já está no trilho é só não destruir nada do que está sendo feito, aprimorar naturalmente, porque tudo pode ser melhorado".
Na entrevista ao programa Poder Expresso, no SBT News, ele também rebateu críticas que foram apresentadas no relatório da equipe de transição do Governo Lula; falou sobre o impacto do troca-troca de ministros na pasta e do escândalo do lobby de pastores no MEC.
Confira a íntegra da entrevista com o ministro Victor Godoy: