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Infraestrutura e parcerias estrangeiras são pilares para turismo para 2023

Mesmo com cenário positivo, investimento no setor é indispensável para recuperar imagem no exterior

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Expectativa para o setor de turismo em 2023 é superior ao registrado este ano, que pode terminar dezembro com 5,8% de crescimento | Agência Brasil
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Apesar do turismo brasileiro estar registrando uma recuperação econômica significativa após os impactos da pandemia de covid-19, o setor ainda contará com alguns desafios em 2023. Isso porque, com a troca de governo, o futuro ministro do Turismo terá que ser criterioso para reunir uma equipe de profissionais capaz de avaliar os investimentos da área, fazendo com que o país recupere a imagem no exterior e o turismo brasileiro volte a se posicionar frente às nações com ofertas similares, como Indonésia e África do Sul.

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Para especialistas ouvidos pelo SBT News, um dos principais desafios do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será a redução do orçamento. No início do mês, por exemplo, o deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), afirmou que a gestão Bolsonaro cortou 74% da verba destinada ao Turismo no próximo ano, em relação a 2022, além de estimar um investimento de apenas R$ 19 milhões. Os números seriam inviáveis para financiar políticas públicas e promover melhorias na infraestrutura. 

"O Ministério precisa de recursos porque todo investimento relacionado ao turismo é o que traz mais respostas para geração de emprego e renda. O setor turístico impacta 52 segmentos da nossa economia", aponta o deputado Felipe Carreras (PSB), que participou do Grupo Técnico do Gabinete de Transição. Ele ressalta que, para o Brasil recuperar a imagem internacional, também é preciso investir na Embratur, que tem o potencial de atrair milhares de turistas estrangeiros, mas que, hoje, "não tem nenhum centavo".

O mesmo é relatado por Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo). Segundo ela, é "praticamente impossível" desenhar propostas de grande alcance sem investimento, assim como suprir a necessidade de começar um projeto de reconstrução da imagem do país, sobretudo em relação ao turismo sustentável. 

"Há de se viabilizar a expansão das viagens em todos os modais. Para isso, os investimentos em infraestruturas viária, aérea e portuária são prementes. É preciso mapear claramente todo o conjunto dos tributos que incidem sobre o setor, que é muito complexo e afasta os investidores internacionais, especialmente quando falamos de companhias mais modernas e que operam viagens de baixo custo. Também é premente o uso de inteligência de dados, diminuindo os custos das promoções nacional e internacional", explica.

Maria ressalta ainda que a volta do Brasil para os destinos internacionais depende das parcerias e atração de investidores. Deste modo, o país voltaria a se posicionar competitivamente frente a nações com ofertas similares, como Indonésia, Filipinas, Tailândia e África do Sul, e investir na promoção de produtos de luxo, que são excelentes a preços competitivos, bem como que sejam criados novos produtos voltados à cultura, ao bem-estar e ao contato com a natureza. 

Além dos tópicos citados, o coordenador do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), Alexandre Sampaio, enfatiza a importância do investimento em segurança pública, que, além de melhorar a qualidade da visita dos turistas, teria um impacto positivo na vida dos moradores. A melhoria de condições de acesso ao crédito com medidas de alívio fiscal também iria contribuir para a recuperação do setor. 

Mesmo com os desafios, Sampaio aponta que a expectativa para o setor de turismo em 2023 é superior ao registrado este ano, que pode terminar dezembro com 5,8% de crescimento. O cenário é positivo para o mercado de trabalho, uma vez que, com o aumento da demanda, o setor já recuperou quase 90% das vagas eliminadas durante a pandemia de covid-19. Os destaques são para o segmento de bares e restaurantes, com 295,2 mil novos trabalhadores, e o de hospedagem, com 71,8 mil contratados.

"Precisamos estar nas grandes feiras internacionais e na prateleira dos grandes destinos emissores de turistas. Temos atrativos turísticos para todos os tipos e gostos, desde o destino de sol e mar, a cultura, a gastronomia, a religião, a Amazônia, o Pantanal. São muitas riquezas e isso precisa ser divulgado, promovido, estruturado. O Brasil tem tudo pra ficar entre os três maiores destinos de procura por viagens. Iremos trabalhar para que essa tão potente indústria ganhe mais destaque e valor", afirma o deputado Carreras.

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