Casa de Rui Barbosa ficou sem fiscalização em gestão de Mário Frias
Informação é de ex-diretora, que diz ter sido exonerada após entregar relatório a transição de governo Lula
A escritora e jornalista Letícia Dornelles, recém-exonerada do cargo de diretora da Fundação Casa de Rui Barbosa, afirma a que autarquia, sediada no Rio de Janeiro, funcionou sem fiscalização federal por pelo menos 9 meses, durante a gestão do ex-secretário especial da Cultura e atual deputado federal eleito, Mário Frias (PL). A escritora afirma que o parlamentar não permitia que auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) examinassem as contas da instituição.
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"Sempre fui boicotada pelo Frias e a fundação foi prejudicada. Eu mandava o pedido [para a fiscalização] e ele segurava. Muitas irregularidades. Cortes de verbas", diz Letícia sobre a gestão do atual deputado. A ex-diretora afirma que era vítima de boicote e assédio durante todo o período que esteve no cargo, entre os anos de 2019 a 2022.
Dornelles diz que sua demissão aconteceu após entregar um "relatório" com o panorama da Casa de Rui Barbosa aos membros do Grupo Técnico da Cultura do governo de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesse documento, segundo Letícia, há informações sobre os projetos, orçamento e metas cumpridas.
"Mário Frias não é mais secretário, mas manda na pasta. Mandou me exonerar porque a imprensa disse que recebi a equipe de transição e dei um dossiê contra ele. Não fiz dossiê. O mesmo relatório que enviei ao MTUR [Ministério do Turismo] dei aos deputados [do grupo da transição]. Há fatos graves", disse a ex-diretora.
Letícia ainda diz que nas vezes que fora recebida pessoalmente por Frias, o ex-secretário ameaçou tira-lá do cargo.
À reportagem, o atual secretário Especial da Cultura, André Porciúncula, que demitiu Letícia, afirmou que "não tem nada a declarar sobre o assunto".