Bolsonaro sinaliza recuo sobre privatizações
Ao SBT, presidente defendeu estatização em futura refinaria no país e explicou medidas sobre combustíveis
O presidente Jair Bolsonaro (PL) sinalizou um recuo sobre as privatizações no país. Em entrevista ao SBT News, nesta 2ª feira (7.jun), o chefe do Executivo defendeu que o estado atue para a criação de uma refinaria no Brasil, afastando a possibilidade de que a construção parta da iniciativa privada.
"Alguns querem que, cada vez mais, nós não tenhamos estatais no Brasil. Em grande parte, têm razão, mas neste momento, acredito que nós deveríamos colaborar a fazer refinaria no Brasil", defendeu o presidente.
Bolsonaro justificou a medida para proteger o país de futuras crises relacionadas ao combustível. As declarações, dadas à jornalista Débora Bergamasco no programa Perspectivas, vieram um dia após o governo anunciar a suspensão de impostos federais sobre combustíveis. Uma proposta para bancar o ICMS de estados, caso sejam reduzidos a 17%, também foi anunciada pelo governo na 2ª feira.
As novas estratégias do governo dependem, no entanto, do apoio do Congresso. Já aprovado na Câmara, está no Senado a proposta que limita o teto de 17% sobre o ICMS. Contudo, o presidente sinaliza que as tratativas estão avançadas e terá o apoio do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG: "Tem tudo para ser aprovado".
"Eu vou zerar o PIS, Cofins, e Cide, impostos federais da gasolina. Se baixa, imediatamente, R$ 0,79 no litro. A questão do álcool, vamos fazer a mesma coisa. Não vai ter imposto federal", defende. "O que que agora nós propusemos: a parte do ICMS que vai para os governadores não vai mais. Essa parte quem vai pagar sou eu. Você abaixa o preço do combustível na bomba. No diesel, a solução é esta: não vai ter mais ICMS nem imposto federal no diesel", completa.
Emendas de relator
Sobre as emendas de relator, que ficaram conhecidas como "orçamento secreto", Bolsonaro disse não poder discutir sobre o que é determinado pelos Congressistas. "Deputado tem, aproximadamente, R$ 15 milhões por ano. Eles botam onde quiser, e eu sou obrigado a executar as vendas. Não posso discutir", afirma.
O líder do Executivo relembrou ter vetado as emendas de relator. E disse que o Congresso voltou atrás sobre sua decisão, o que impediria qualquer ação do mandatário.
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