Petista denuncia Michelle Bolsonaro por suposta propaganda antecipada
Representação de deputado também alcança ministra da Mulher e alega improbidade administrativa
O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) entrou com uma representação na Procuradoria Geral da República contra a primeira-dama Michelle Bolsonaro, mulher do presidente Jair Bolsonaro, e contra Cristiane Rodrigues Britto, ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos.
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O deputado alegou prática de ato de improbidade administrativa e propaganda eleitoral antecipada. As duas fizeram um discurso em cadeia nacional de rádio e televisão por conta do Dia das Mães, na noite do último domingo (8 de maio). A apresentação durou cerca de cinco minutos.
A representação assinada pelo advogado Marco Aurélio Carvalho alega que somente neste ano de eleição essa aparição em todas as TVs e rádios do país serviram para que "a Primeira-Dama pudesse apresentar-se ao eleitor brasileiro como uma mãe zelosa, como uma mulher abençoada (é isso que a fala da Ministra, logo no início da peça publicitária, sugere) e que é dedicada a diminuir as agruras das muitas mães brasileiras que sofrem para obter meios para educar e criar seus filhos".
A alegação é que trata-se de um desvio de finalidade. "Tanto a Ministra de Estado como a Primeira-Dama se apresentam e fazem questão de destacar uma característica pessoal delas: a condição de mãe", e alega que "para fluxo usual de uma peça informativa do Governo Federal" a informação "é absolutamente irrelevante".
Sobre a propaganda eleitoral antecipada, a peça alega que Michelle vem sendo usada na pré-campanha para melhorar a imagem do presidente entre o eleitorado feminino. "Foi para atingir essa finalidade eleitoreira que Michelle Bolsonaro, a Primeira-Dama, se apresentou com uma mãe sensível, como uma mulher conhecedora das dificuldades de tantas mães brasileiras e que poderia, justamente por isso, atuar em benefício das eleitoras influenciado seu marido na tomada de decisões que favoreçam as brasileiras."
O deputado pede que seja ajuizada Representação Eleitoral contra a ministra e a primeira-dama e que seja encaminhada também, tendo em vista alegação de improbidade administrativa, cópia do procedimento ao Ministério Público Federal para que seja instaurado inquérito civil.
Procuradas, as assessorias de imprensa da ministra e da primeira-dama ainda não se manifestaram. Assim que o fizerem, a reportagem será atualizada.