Mourão afirma que servidores federais precisam ter paciência
Diversas categorias estão paralisadas em busca de reajuste salarial e estruturação de carreira
André Anelli
O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) pediu, na manhã desta 4ª feira (4.mai), paciência e compreensão aos servidores federais que estão em paralisação em busca de reajuste salarial. Ele defendeu que é possível apenas conceder 5% de aumento linear a todas as categorias, proposta já anunciada pelo Ministério da Economia.
"Não tem dinheiro, né? É uma realidade. Nós, que somos funcionários públicos, temos de entender que o aumento salarial só pode ocorrer se tiver aumento da nossa arrecadação consistente com o aumento do PIB", disse o vice-presidente.
Servidores do Banco Central e do INSS estão em greve. Agentes da Polícia Federal definiram em assembleia geral, nesta 3ª feira (3.mai), que vão paralisar também, mas ainda sem data certa.
Mourão afirmou que a pandemia foi determinante para muitos trabalhadores e que os servidores federais precisam agradecer que não perderam o emprego. "Nós estamos saindo de dois anos difíceis, com uma pandemia e com problemas sérios no mundo, como um todo, [além dos] reflexos do conflito lá no Leste Europeu. Então, as pessoas têm de entender ? nós, funcionários públicos ? que não perdemos o emprego. Muita gente perdeu o emprego. Então, não está bom o salário? Não está, mas vamos esperar a oportunidade pra que isso possa ser equalizado", destacou
O vice-presidente também comentou a promessa do Presidente Jair Bolsonaro (PL) de conceder reajuste real para profissionais da segurança pública. R$ 1,7 bilhão estavam reservados no orçamento da União para a finalidade, mas o anúncio gerou insatisfação em outras categorias. "O presidente tomou uma ideia inicial que ele recua, né? Então, hoje, qual é a decisão que ainda não está efetivamente oficializada? Um aumento linear para todo mundo de 5%. Ah, é o necessário? Não, não é o necessário, mas é o possível", afirmou.
O reajuste de 5% desagrada a todos os servidores, porque não compensa sequer a inflação acumulada em 2021. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aponta que a perda do poder de compra da moeda brasileira foi de 10,06% nos 12 meses do ano passado.
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