Número de clubes de tiros dobrou em três anos de governo Bolsonaro
Desde 2019, Exército autorizou 871 empresas a entrarem no mercado
Mais da metade dos clubes de tiros no Brasil foram autorizados para funcionar durante os três primeiros anos de governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Dos 1.644 clubes ativos, 871 receberam certificado de registro durante a gestão dele, informou o Exército, responsável por expedir os registros. O número, obtido pelo SBT News, equivale a 52% do total de clubes de tiro no país.
Em 2019, primeiro ano do mandato do presidente Jair Bolsonaro, 232 certificados de registro de clubes de tiro foram expedidos pela Força. O número, com o passar dos anos, só cresceu. Em 2020, foram 291 novas entidades registradas e em 2021 a quantidade ultrapassou três centenas, chegando a 348 clubes de tiros registrados no país. Ou seja, quase um clube sendo registrado a cada dia no Brasil.
Como uma das principais bandeiras de campanha, o chefe do Palácio do Planalto facilitou o acesso a armas de fogo e trabalhou para ampliar o mercado armado no país. Uma série de decretos foi assinada por Bolsonaro flexibilizando as regras de aquisição, registro e porte de armas no Brasil e está em análise do Supremo Tribunal Federal (STF), sob risco de ser avaliada como inconstitucional.
Em relação aos números totais, a maior concentração de entidades de tiro desportivo ativas no país é na 5ª Região Militar (RM), que abrange os estados do Paraná e de Santa Catarina, com 380. Em segundo lugar, está São Paulo, ou 2ª RM, com 217, que é logo seguida pela 3ª RM, o Rio Grande do Sul, com 197.
Em um dos decretos (n° 10.629/2021), o presidente Jair Bolsonaro permitiu que o laudo de capacidade técnica para manuseio da arma de fogo, antes expedido por instrutor de tiro desportivo ou de armamento ou credenciado à Polícia Federal, agora possa ser substituído por uma declaração de habitualidade fornecida por clubes de tiro.
O transporte de armas desmuniciadas também foi permitido para caçadores, colecionadores e atiradores (CACs) por meio de apresentação de certificado, diz o decreto publicado no Diário Oficial da União em 12 de fevereiro de 2021. Além disso, o texto ainda permite que clubes e escolas de tiro forneçam a seus associados e clientes munição original e recarregada.
As entidades também não precisam seguir o limite de aquisições e porte de armas estabelecidos em lei que é para armas de uso permitido de cinco armas de fogo de cada modelo, para os colecionadores, quinze armas de fogo, para os caçadores e trinta armas de fogo, para os atiradores.
Para armas de uso restrito: cinco armas de cada modelo, para os colecionadores, quinze armas, para os caçadores, trinta armas, para os atiradores.
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Com tantas falicitações, só no ano passado, por exemplo, o Exército liberou a abertura de 84 casas de tiro no Paraná e em Santa Catarina. São Paulo recebeu o aval para o registro de 44 clubes, seguido de Minas Gerais - com exceção do Triângulo Mineiro -, que totalizou 43 pedidos.
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