Após liberação, Bolsonaro reafirma que não vacinará filha contra covid
Saúde incluiu crianças no plano de vacinação na 4ª; Laura, filha caçula do presidente, tem 11 anos
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a dizer que não vai vacinar sua filha caçula, Laura, de 11 anos, contra a covid-19. Depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a aplicação do imunizante pediátrico da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos no Brasil, em dezembro, o presidente já havia dito que não tinha a intenção de vaciná-la, mas que iria avaliar a imunização com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, mãe da menina. A nova declaração foi dada em entrevista nesta 5ª feira (6.jan) à TV Nova, de Pernambuco.
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Ao argumentar contra o imunizante, Bolsonaro alegou que a fabricante Pfizer não assegura a segurança e eficácia do produto. Disse ainda que não tem conhecimento de mortes por Covid-19 em crianças de 5 anos e que, aquelas que aconteceram foram motivadas por comorbidades pré-existentes. No discurso anti-vacina, voltou a defender o tratamento com medicamento sem eficácia comprovada contra o coronavírus, mas evitou dizer os nomes Ivermectina e Cloroquina. O presidente se referiu aos remédios como "aquele comprimido contra malária e piolho".
No último dia 16, os técnicos da Anvisa aprovaram por unanimidade a aplicação do imunizante da Pfizer específico para crianças de 5 a 11 anos, após avaliação de estudos que comprovam a compensação do risco-benefício e asseguram a eficácia do imunizante no público alvo. O entendimento foi acompanhado, também por unanimidade, pela Câmara Técnica de Assessoramento em Covid-19 (CTAI) do Ministério da Saúde. Agências sanitárias dos Estados Unidos e de países da União Europeia já aplicam o imunizante infantil da Pfizer sem observar a existência de efeitos colaterais em larga escala.
Diante dos posicionamentos técnicos favoráveis à vacina, o Ministério da Saúde anunciou na quarta (5.Jan) a inclusão de crianças no Programa Nacional de Imunizações (PNI). A previsão é que os primeiros lotes de vacinas pediátricas cheguem ainda em janeiro. O governo federal desistiu de exigir prescrição médica para vacinação pediátrica, após críticas de especialistas. A maioria da população ouvida em consulta pública também se manifestou contrária à medida.