"Já está mudando", diz Bolsonaro sobre Enem
Presidente negou interferência na prova, mas em contradição, diz que alterações já são perceptíveis
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a negar que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, tenha interferido no conteúdo da prova do Enem no último domingo (21.nov). Mas logo em seguida, Bolsonaro afirmou que a avaliação mudou, em relação a edições anteriores, com a remoção de conteúdos julgados inadequados pela ala conservadora ligada ao governo. As declarações foram dadas a apoiadores no Palácio da Alvorada, em Brasília, nesta segunda (22.nov).
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"Dá pra mudar? Já está mandando. Vocês não viram mais linguagem de tal tipo de gente com tal perfil, não existe isso aí. O que o cara faz em quatro paredes, o problema é dele. Agora não tem mais aquilo. A linguagem neutra não sei de que. Não tem mais", disse Bolsonaro, em possível referência à prova de 2018, última antes do atual presidente tomar posse, que contou com questões relacionadas ao vocabulário "Pajubá", popular entre parte da comunidade LGBTQIA+.
Ao defender o ministro Milton Ribeiro de interferência na prova, Bolsonaro afirmou que o conteúdo das avaliações leva em consideração o histórico de questões aproveitadas em outras edições. "você é obrigado a aproveitar bancos de dados de anos anteriores", disse o presidente, após admitir que não colocaria nenhuma questão ligada à ideologia de gênero na prova.
A primeira etapa do Enem 2021, realizada no último fim de semana, teve 26% de abstenção, número próximo da média registrada em anos anteriores. A próxima etapa está marcada para 28 de novembro. O cumprimento do cronograma chegou a ser colocado em dúvida pelos participantes, depois que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), um dos responsáveis pela prova, recebeu mais de 30 pedidos de exoneração de servidores que alegavam fragilidade técnica e administrativa da atual gestão. Segundo o grupo exonerado, cerca de 20 questões da primeira versão da prova foram censuradas.