Ministro nega interferência no Enem e justifica demissões no Inep
Milton Ribeiro diz que debandada de servidores tem a ver com "pagamento ou não de gratificação"

SBT News
O Ministro da Educação, Milton Ribeiro, negou nesta 3ª feira (16.nov) que o governo tenha interferido no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo ele, os pedidos de demissão de servidores do Inep ocorreram por "questão administrativa de pagamento ou não de gratificação".
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"Essas provas, primeiro que elas já estão impressas há meses, segundo que existe um banco de questões elaborado pela equipe de técnicos. Terceiro que nem eu, nem o presidente do Inep, muito menos o presidente da República, nenhum de nós teve acesso às provas, nenhum de nós escolheu pergunta alguma", disse o ministro.
"Quando a gente vê toda essa discussão às vésperas do Enem, nada com educação, nada com as provas, tudo a ver com a questão administrativa de pagamento ou não de gratificação", acrescentou.
Nas últimas duas semanas, cerca de 35 servidores deixaram o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). As exonerações ocorrem às vésperas da aplicação da prova em todo o país. Em comunicado divulgado pela Associação dos Servidores do Inep (Assinep), os servidores listaram uma série de denúncias e afirmaram ter passado por "assédio moral, desmonte nas diretorias, sobrecarga de trabalho e de funções".
Os profissionais criticaram ainda os canais de comunicação do Inep, alegando que foram utilizados para "autopromoção da Presidência".
Na última 2ª feira (15.nov), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) agora está com "a cara do governo". "Ninguém precisa ficar preocupado, aquelas questões absurdas do passado que caíam tema de redação que não tinha nada a ver com nada. Realmente algo voltado para o aprendizado", disse, em sua viagem a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
O Ministério da Educação (MEC) informou, na noite de 2ª feira (8.nov), que o cronograma de execução do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 está mantido e não será afetado pelos pedidos de exoneração dos servidores do Inep.
Segundo a pasta, 3,1 milhões de inscritos devem fazer o Enem 2021, sendo que cerca de 3 milhões irão realizar provas impressas e 68,8 mil farão a modalidade digital. As provas serão aplicadas nos dias 21 e 28 de novembro, a partir das 13h30.