Bolsonaro sobre voto impresso: "Não acredito mais que passe na Câmara"
Declaração foi dada nesta 2ª a apoiadores no Alvorada; na 6ª, bolsonaristas articularam para PEC não ser derrubada
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta 2ª feira (19.jul) que a proposta do voto impresso não deve ser aprovada na Câmara dos Deputados. A declaração foi dada a apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada.
"Eu não acredito mais que passe na Câmara o voto impresso, tá? A gente fez o possível, vamos ver como é que fica aí", afirmou.
De autoria da deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF), a PEC 135 estabelece que, na votação e apuração de eleições, plebiscitos e referendos, seja obrigatória a expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas em urnas indevassáveis, para fins de auditoria.
O projeto é uma das principais bandeiras de Bolsonaro, que, nos últimos meses, fez reiterados ataques ao sistema eleitoral brasileiro e ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, e chegou a lançar dúvidas sobre a realização do pleito em 2022, o que suscitou reações dos outros Poderes.
Na última 6ª feira (19.jul), o parecer do relator Filipe Barros (PSL-PR), favorável ao voto impresso, seria derrubado na comissão especial da Câmara que analisa o tema. Porém, uma manobra de deputados bolsonaristas fez com que a votação fosse adiada para agosto.
Ainda na conversa com apoiadores, Bolsonaro disse estar "sem paciência" e respondeu a um apoiador que disse que os eleitores deveriam se preocupar apenas com 2026, pois em 2022 ele já estaria reeleito. "Mas quem tem que contar o voto não pode ser aqueles que tiraram o Lula da cadeia", respondeu o presidente, sem fazer distinção entre o TSE -- responsável pela realização das eleições -- e o Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou as condenações do petista, por entender que o ex-juiz e ex-ministro de Bolsonaro Sergio Moro havia sido parcial nos julgamentos.