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Governo

Pazuello deixa Ministério da Saúde acusando sabotagem interna

General diz que grupo de médicos apresentou nota técnica falsa a Bolsonaro

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Eduardo Pazuello | Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
• Atualizado em
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De saída do comando do Ministério da Saúde, o general Eduardo Pazuello acusou uma traição de integrantes da pasta em sua fala de despedida. Segundo o militar, médicos que foram chamados por sua própria gestão prepararam uma nota técnica para sabotar o seu trabalho, repassando ao presidente Jair Bolsonaro a informação falsa de que um remédio específico teria o aval do ministério - o que, de acordo com Pazuello, não era verdade.

Pazuello apontou o suposto boicote em uma fala direcionada à sua equipe, ao lado do seu sucessor, Marcelo Queiroga. No discurso, o general diz a Queiroga que este enfrentará "tiro de fora e de dentro".

"Em fevereiro, nós tivemos aqui uma ação de um grupo interno nosso. Isso não pode ter nenhuma? porque tem isso, vai ter tiro de fora e de dentro, o tempo todo. E esse grupo tentou empurrar uma pseudo-nota técnica que nos colocaria em extrema vulnerabilidade. Querendo dizer que aquele medicamento A, B ou C a partir dali tava com critérios técnicos do ministério, e ele não tinha. Essa nota técnica foi montada dentro do ministério por um grupo de médicos que nós trouxemos para dentro do ministério. Esses médicos fizeram uma fake news para o presidente."

O momento foi registrado em vídeo. Assista ao trecho abaixo.



Na fala - em que Pazuello questiona seus secretários, e chega mesmo a dizer que um deles estaria com "problema mental" por não responder a uma pergunta corretamente - o general diz ainda que detectou oito ações orquestradas diferentes contra o Ministério da Saúde durante sua gestão. Disse que já previa a própria saída do cargo.

Também no discurso, afirma ter recebido pressão de politicos que, segundo ele, queriam um "pixulé". O então ministro da Saúde teria sido pressionado a receber nomes por indicação de políticos, algo que teria se recusado a fazer. Também diz que, no final de 2020, teve que lidar com "uma carreata de gente pedindo dinheiro politicamente".
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