Jogador da Copa de 1958 relembra como foi jogar com Pelé
Torneio marcou surgimento do maior jogador de todos os tempos
Sérgio Utsch
O Mundial de 1958, na Suécia, foi um marco para o futebol brasileiro. A Seleção conquistou o primeiro dos cinco títulos em Copas e apresentou Pelé para o mundo. O correspondente do SBT, Sérgio Utsch, visitou o país em 2014 e conversou com pessoas que viram de perto o surgimento do maior jogador de todos os tempos.
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Bengt Ägren, de 84 anos, foi um dos organizadores do evento. Na época, Pelé tinha apenas 17 anos, e era o jogador mais novo a disputar uma Copa do Mundo. O idoso coleciona objetos do Mundial, como um cartaz oficial do torneio e um jornal, publicado no dia seguinte da final.
A partir da Copa, o nome de Pelé começou a ganhar o mundo. Quanto mais o jogador era visto, mais se falava sobre ele. O primeiro gol veio nas quartas-de-final, numa vitória suada por 1 a 0 contra o País de Gales. Já nas semi-finais, o brasileiro encantou e desencantou de vez. Marcou três vezes contra a França. O placar foi de 5 a 2. "Foi o melhor jogo do Brasil naquela copa", relatou Bengt.
Os organizadores elegeram Didi como o melhor jogador do Mundial. Pelé se consagrou com dois gols na vitória por 5 a 2 contra os suecos na final do campeonato. Segundo Bengt Ägren, "quando o Brasil chegou era futebol de verdade, era futebol técnico, um show. Então, todos aplaudiam de pé".
Os jornais destacaram a jogada mortal de Garrincha cruzando da direita para Vavá no meio. Os dois primeiros gols do Brasil foram quase idênticos. As publicações também destacaram as fotos dos jogadores brasileiros reunidos com o Rei, vencido pela emoção. A final foi disputada no estádio Rasunda, em Estocolmo, considerado um palco sagrado do futebol. O local não existe mais. Em 2013, foi derrubado para dar lugar a um empreendimento imobiliário.
Da capital ao pequeno vilarejo de Forsbacka, a 200 quilômetros ao norte. Lá, vive um dos personagens mais importantes daquela Copa --- um dos jogadores que enfrentaram Pelé na final de 1958. O rosto denuncia as muitas experiências que Sigge Parling viveu. O ex-jogador, de 84 anos, teve a árdua tarefa de marcar o Rei do Futebol. Perguntado se Maradona ou Messi poderiam ser comparados ao mineiro de Três Corações, a resposta foi "não".
O ex-zagueiro tem uma coleção de fotos e medalhas da época. Parling nunca se sentiu frustrado com o fato de ter perdido a Copa para o Brasil e de ter levado tantos dribles de Pelé. Alguns deles entraram para a história.
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