Inteligência Artificial ajuda a reduzir acidentes em rodovias federais
42% dos acidentes em rodovias federais estão relacionados à sonolência dos motoristas, revela estudo
Um estudo da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego revelou que 42% dos acidentes em rodovias federais são causados pela sonolência dos motoristas. Diante dessa realidade, empresas têm adotado sistemas de inteligência artificial para prevenir acidentes e aumentar a segurança nas estradas.
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Drailton Guedes, motorista há 14 anos, compartilhou sua experiência com uma dessas tecnologias. A imagem de uma câmera instalada em seu veículo mostra Guedes abaixando a cabeça por alguns segundos, mas sendo rapidamente alertado para evitar uma colisão.
“Quando acontece esse tipo de coisa, ela alerta a gente assim: ‘atenção, direção distraída’. Aí, quando olhei, a carreta já estava parada. Consegui frear a tempo e evitar um acidente”, relata.
A carreta de Guedes é um dos 250 veículos pesados da empresa de transporte e armazenamento onde ele trabalha, que utilizam o dispositivo há um ano. Desde a instalação, o número de acidentes despencou. Segundo Paulecir Martinez, diretor da DV3 Soluções, “a redução de acidentes foi de 100%. Não tivemos mais acidentes graves na nossa frota após a colocação desse dispositivo. Os incidentes diminuíram em torno de 95%”.
O sistema é composto por câmeras internas e externas ao veículo, controladas por inteligência artificial que dispara alerta sonoros quando detecta sinais de distração ou cansaço do motorista. O presidente da empresa Cobli, Rodrigo Mourad, explica que a tecnologia é capaz de identificar eventos que possam levar a acidentes, como uso do celular, sonolência, falta de cinto de segurança, entre outros comportamentos arriscados.
A inteligência artificial funciona como uma espécie de "co-piloto". Se o motorista se distrair e pegar o celular, por exemplo, o sistema o alerta na mesma hora, dando a ele a oportunidade de se concentrar novamente na direção.
Além disso, o dispositivo também monitora o comportamento do motorista em relação ao tráfego, como proximidade perigosa do carro da frente, troca frequente de faixas e ultrapassagens arriscadas. Segundo Mourad, o sistema busca evitar práticas como avançar o sinal vermelho e entrar em faixas de pedestres ou pistas exclusivas para ônibus.
Um levantamento feito por uma empresa de pesquisa de mercado mostrou que o uso desses dispositivos já reduziu em 60% o número de colisões, 65% as batidas por excesso de velocidade e 80% as distrações ao volante. Guedes, que inicialmente se sentia vigiado, hoje considera o equipamento um grande aliado.
“No começo a gente estranha um pouco, mas depois vê que é para o nosso próprio bem”, conclui.