Segundo bloco do debate do SBT: jornalistas pressionam candidatos sobre propostas para SP
Participam Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB)
Wagner Lauria Jr.
Derick Toda
O segundo bloco do debate do SBT, nesta sexta-feira (20), foi marcado por perguntas de jornalistas do SBT, Terra e Nova Brasil para os candidatos à Prefeitura de São Paulo.
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Participam, por ordem alfabética, os candidatos: Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).
Guarda Civil Municipal
A primeira pergunta foi feita pela jornalista Simone Queiroz, do SBT, para Guilherme Boulos, com comentários de Marina Helena, que questionou como o psolista conduzirá a Guarda Civil Metropolitana com o histórico de ocupações e ações do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), que Boulos liderou. Simone também questionou o que o deputado federal faria com os 80 fuzis comprados pela gestão Nunes para a GCM.
Boulos disse que tem na própria campanha ex-comandantes da Guarda e garantiu que a relação com a GCM "será muito tranquila e de muito respeito". No entanto, o candidato não respondeu sobre o uso de armamento pesado.
Marina Helena provocou Boulos afirmando que ele "comanda um movimento marginal", passando a mão "na cabeça de bandidos".
"Por que você gosta tanto de defender bandido?", retrucou Marina para Boulos.
Boulos pediu direito de resposta, que não foi concedido pela comissão formada por advogados.
População de rua em São Paulo
Na pergunta feita pelo jornalista Fabio Diamante, do SBT, para Datena, sobre como ele lidaria com a população de rua da cidade de São Paulo, o apresentador disse que primeiro precisaria tirar as crianças das ruas. O comentário foi de Ricardo Nunes.
"É preciso criar abrigos dignos para as pessoas não ficarem dividindo a rua com os ratos", disse Datena.
Ricardo Nunes refutou o dado de Diamante de que mais de 80 mil pessoas estariam em situação de rua na capital paulista.
"Não é científico, é cumulativo e declaratório", disse Nunes.
O dado está no Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Comprovante vacinal
Após uma pergunta da jornalista Luciana Pioto, do Terra, sobre educação e segurança no trânsito, direcionada para Boulos, com comentários de Nunes, o deputado federal desviou do tema e perguntou ao atual prefeito se ele se errou em defender a vacinação obrigatória.
Nunes respondeu que é o gestor que tornou São Paulo a capital da vacina e afirmou que cometeu um erro tornar obrigatório o comprovante de imunização.
"A gente precisa corrigir o que a gente erra, que foi a questão do passaporte [da vacina]. Eu não preciso obrigar as pessoas, para irem em uma igreja, a apresentar o passaporte", disse.
Cópia de propostas entre Marina e Marçal
A repórter Simone Queiroz questionou Marina Helena sobre o fato de ter copiado algumas partes da proposta que estão no plano de governo do candidato Pablo Marçal. Elas foram inseridas por Felipe Sabará, coordenador da campanha do ex-coach que também já foi candidato à prefeitura de São Paulo em 2020, na chapa em que Marina foi vice. O comentário foi de Datena.
"Não fui consultada sobre o tema. Mas o problema da política não é falta de proposta, se não, estaríamos vivendo na Suíça", disse Marina.
Em seu comentário, o apresentador disse que os candidatos "estão prometendo mundos e fundos, mas sabem que não vão entregar".
Cracolândia
A segunda pergunta de Fábio Diamante para Marçal, com comentário de Tabata, foi sobre como recuperar a Cracolândia, região do centro de São Paulo, oferecendo emprego e moradia.
O ex-coach apresentou um plano de recuperação em três passos: convencer a pessoa em situação de rua a buscar apoio, conduzir o cidadão em situação de vulnerabilidade para um abrigo e conseguir um trabalho de baixa qualificação com a ressocialização por meio de projetos sociais esportivos e religiosos.
Tabata comentou que "entra gestão e sai gestão e a situação só piora", criticando o mandatário, Ricardo Nunes. O "desafio é entender que tem bandido e que tem doente" e disse que, se eleita, vai trabalhar com policiais, agentes públicos, garantindo que o crack não acesse esses espaços.
Qualidade do ar
O jornalista Roberto Nonato, da Rádio NovaBrasil, direcionou a pergunta para Tabata Amaral, com comentários de Marçal, sobre o que fazer para amenizar o péssimo ar da cidade e se ampliar o rodízio dos veículos, diminuindo a queima de combustível, está entra as soluções da candidata.
A deputada federal disse que não pretender ampliar a restrição da circulação dos carros por "um custo gigantesco" e por "não chegar na raiz do problema".
Tabata Amaral afirmou que Ricardo Nunes não fez nada quando a cidade de São Paulo foi considerada o município com pior ar do mundo e defendeu a melhora do transporte público e a transição de coletivos elétricos.
No comentário de Marçal, o ex-coach defendeu o atual prefeito, argumentando que Nunes promoveu alertas para a população sobre as condições respiratórias.