Debate do Flow termina com expulsão de Marçal e soco em marqueteiro de Nunes
Encontro foi marcado por uma confusão no final, após expulsão de Marçal por quebrar regras do debate
Os candidatos à Prefeitura de São Paulo mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto participaram nesta segunda-feira (23) de um debate organizado pelos canais do Flow e Flow News e transmitido pela internet. O encontro, previsto para começar às 19h, teve início apenas às 20h30 e foi marcado por uma confusão no final.
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A briga teve início após expulsão de Pablo Marçal (PRTB) por quebrar regras do debate. Nahuel Medina, integrante da equipe de Marçal deu um soco em Duda Lima, marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB), que saiu ensanguentado. Até o momento, não há informações do estado de saúde do agredido.
Nas redes sociais, Nahuel Medina (foto abaixo) afirmou que se defendeu "instintivamente". Em live, Marçal afirmou ser contra agressões. Ricardo Nunes repudiou o episódio.
Após a briga, o debate foi encerrado. Um boletim de ocorrência deve ser registrado pela equipe de Nunes. Medina foi levado à delegacia.
Como foi o debate, antes do soco?
Diferente dos debates anteriores, o formato do Flow não deu oportunidade de perguntas diretas entre os candidatos. No entanto, antes de começar o debate, Nunes e Marçal trocaram acusações nos bastidores sobre suposta ligação de um e de outro com o PCC (Primeiro Comando da Capital).
Estiveram presentes os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).
O debate foi estruturado em três blocos. No primeiro, especialistas destacaram questões programáticas sobre São Paulo. Nos dois blocos seguintes, a população apresentou aos candidatos, em vídeos gravados, os principais desafios do dia a dia e questionou sobre soluções.
Primeiro bloco
No primeiro bloco do debate, os candidatos responderam perguntas de especialistas, com temas sorteados. Primeiro, André Soler, do projeto SP invisível perguntou sobre população em situação de rua. Depois, o jornalista Bruno Paes perguntou sobre pessoas egressas do sistema prisional.
Teresa Peres, presidente da Roda Educativa, falou sobre a qualidade do ensino na cidade de São Paulo. Diogo Dias, arquiteto e urbanista, questionou sobre transporte. Walter Cintra, professor da FGV, perguntou sobre a posição do governo de Jair Bolsonaro durante a pandemia. Por último, Andrea Schwarz, consultora em inclusão, questionou os candidatos sobre acessibilidade.
População em situação de rua
Primeiro a falar, José Luiz Datena (PSDB) criticou a falta de atuação dos conselhos tutelares e defendeu melhora nos abrigos considerados por muitos como precários. Guilherme Boulos (PSOL) reforçou que a construção de moradias populares seria uma solução para transformar essa realidade.
Segurança Pública Tabata Amaral disse que São Paulo concentra as maiores empresas de tecnologia. Junto com a prefeitura, ela propôs que as empresas ofereçam vagas e capacitação porque, segundo ela, o projeto pode tirar pessoas da rua e diminuir a violência na cidade. Boulos (PSOL), por sua vez, lembrou a importância de separar usuário de traficante.
Educação
No tema Educação, Tabata Amaral defendeu a alfabetização e reforços nas escolas no período integral. Ricardo Nunes destacou a quantidade de vagas na creches em seu governo.
Trânsito
Pablo Marçal (PRTB) defendeu treinamentos e educação nas ruas de São Paulo e aumentar os corredores de motos. Marina Helena (Novo) propôs ampliar faixas azuis de moto e liberar as de ônibus para desobstruir os trânsitos.
Saúde Marina Helena criticou as filas nas Unidades Básicas de Saúde e propôs um cartão. Pablo Marçal criticou a politização da saúde e os problemas que o país enfrentou na Covid. Ambos defenderam a posição do governo Bolsonaro em relação a pandemia. Segundo eles, empresários e funcionários foram prejudicados.
Acessibilidade
Ricardo Nunes destacou os transportes públicos com selo de acessibilidade e o inclui sampa, projeto de atividades a pessoas com deficiência. Datena criticou a quantidade de idosos sem apoio da gestão municipal e destacou inclusão social para as crianças com deficiência.
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Segundo bloco
O segundo bloco foi dedicado às questões levantadas pela população. Durante essa parte, foram debatidos temas como patrimônio histórico, transporte infantil para creches, inclusão de imigrantes, fome, aumento da tarifa do transporte público e, por fim, turismo.
Marçal destacou que o custo para tombar um patrimônio é sete vezes mais caro do que uma reforma privada. Marina Helena, por sua vez, disse que há regras muito complexas na cidade para o tema e é preciso espelhar modelos de outras cidades considerados bem-sucedidos.
Nunes reafirmou o compromisso com as creches da capital ao responder sobre o transporte escolar, destacando que essa é uma prioridade de sua gestão. No entanto, ele alegou que a eleitora que fez a pergunta provavelmente confundiu a administração da creche, pois, segundo o candidato, o problema do transporte não existe em sua gestão. Datena afirmou que garantir transporte é obrigação da prefeitura.
Sobre os imigrantes na cidade, Marçal e Datena afirmaram que a cidade é acolhedora e prometeram políticas públicas para melhorar o recebimento dessa população. Em seguida, Nunes e Marina Helena disseram que é inadmissível a cidade de São Paulo ter pessoas passando fome.
Boulos questionou o destino do valor arrecadado com as passagens de transporte público em São Paulo e acusou a prefeitura, de Ricardo Nunes, de envolvimento em lavagem de dinheiro com o crime organizado, alegando que a administração paga mais pelo serviço, mas recebe menos. Já Tabata destacou o problema da segurança no transporte público, especialmente para as mulheres, e defendeu que, além de combater a corrupção, é necessário investir em mais corredores de ônibus e aumentar a frota.
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Terceiro bloco
No terceiro bloco do debate, marcado por trocas de ataques, internautas e eleitores fizeram perguntas aos candidatos. Pablo Marçal defendeu a redução do IPVA para carros elétricos, o plantio de árvores e a eletrificação do transporte público. Guilherme Boulos propôs eletrificar metade da frota de ônibus para reduzir emissões de gases.
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Em educação, Boulos defendeu a alfabetização de adultos e educação integral para crianças, enquanto Marina Helena criticou a proposta, pedindo uma educação sem "ideologia de gênero" e foco na capacitação básica. Neste momento, ela afirmou que em São Paulo não haverá educação baseada em Paulo Freire, educador e filósofo brasileiro que, segundo ela, faz parte de um consórcio comunista. Boulos defendeu a aprendizagem baseada em Paulo Freire.
Tabata Amaral sugeriu reforço do policiamento nas periferias e apoio psicológico às vítimas de violência contra a mulher, enquanto Marçal propôs ensinar respeito nas escolas. Em empreendedorismo, Datena sugeriu trocar impostos por empregos, e Nunes destacou cursos de capacitação em sua gestão.