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AL: Paulo Dantas busca consolidar hegemonia do MDB

No 1º turno, aliado dos Calheiros teve 708.984 votos, contra 407.220 de Rodrigo Cunha (União), aliado de Lira

AL: Paulo Dantas busca consolidar hegemonia do MDB
Paulo Dantas fazendo coração com as mãos, à esq., e Rodrigo Cunha com o punho erguido na cabine de votação, à dir., em montagem (Reprodução)
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Alagoas é um dos 12 estados brasileiros que terão segundo turno na eleição para governador neste domingo (30.out). O atual chefe do Executivo estadual, Paulo Dantas, busca consolidar a hegemonia do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) no território alagoano e, portanto, concorre contra o senador Rodrigo Cunha (União). Dantas foi o mais votado no primeiro turno (46,64% dos votos, ou 708.984), e Cunha teve 26,79% dos votos (ou 407.220).

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O integrante do MDB nasceu em 19 de março de 1979, em Maceió. É administrador e foi prefeito de Batalha (AL), de 2005 a 2012 (por dois mandatos consecutivos). De 2019 a 15 de maio deste ano, foi deputado estadual de Alagoas. Na última data, a Assembleia Legislativa (ALE) o elegeu governador do estado, diante da renúncia do ex-governador Renan Filho (MDB) para concorrer a senador, a saída anterior do vice -- que virou prefeito de Arapiraca (AL) -- e a decisão do presidente da ALE de não assumir o Executivo porque concorreria à reeleição.

Paulo Dantas, então, é chefe do Executivo alagoano desde 15 de maio deste ano. Sua chapa, com José Wanderley Neto (MDB), recebeu 21 votos e foi eleita por maioria absoluta, em primeira votação. Davi Maia (União), Cabo Bebeto (PL), e Danúbia Barbosa tiveram um voto cada um. O deputado Antônio Albuquerque (PTB) votou branco. Dois deputados faltaram à sessão. Dantas concorre à reeleição, agora, pela coligação Alagoas Daqui pra Melhor (MDB/PT/PCdoB/PV/PDT/PSC/Podemos/Solidariedade). É apoiado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) e por Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência da República.

Já Rodrigo Cunha nasceu em 11 de maio de 1981, em Arapiraca (AL). Se graduou em direito pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em 2005, e se especializou em gestão estratégica empresarial pelo antigo Instituto Superior de Línguas e Administração (Isla), em Portugal, em 2006, e em direito do consumidor pela Universidade Anhanguera (Uniderp), em 2011. É advogado e foi deputado estadual de Alagoas de 2015 a 2019. Desde o último ano, é senador pelo estado; foi eleito com 895.738, filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Concorre, neste ano, pela coligação Alagoas Merece Mais (União/PSDB/Cidadania/PSB/PP/Podemos/Solidariedade). É apoiado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Rodrigo Cunha conversa com Arthur Lira (Divulgação)

O MDB governa Alagoas desde 2015, quando Renan Filho, filho de Renan Calheiros e senador eleito em 2022, começou o primeiro mandato como governador. Ele foi reeleito em 2018 e só deixou o Executivo em 2 de abril deste ano. Antes da eleição de Dantas pela ALE, o cargo de governador foi exercido interinamente pelo presidente do Tribunal de Justiça (TJAL), Klever Loureiro. Depois, em maio, então, o MDB voltou ao governo do estado. Caso Dantas seja eleito governador neste ano, o Movimento Democrático Brasileira poderá completar 12 consecutivos no posto. Antes de Renan Filho, o partido esteve no cargo também com Fernando Collor (1987-1989) e Divaldo Suruagy (1995-1997).

Em junho deste ano, Arthur Lira disse que a candidatura de Rodrigo Cunha era uma "resistência ao Calheirismo no Estado", ao dizer que seria "estranho ver o PSDB" romper o acordo com o PP e o União Brasil para a eleição estadual. "Em acontecendo, o Progressistas e o União Brasil se sentirão alijados na reciprocidade acordada, e deixarão a aliança em São Paulo com o governador Rodrigo Garcia", chegou a acrescentar Lira naquela ocasião. Renan Calheiros se pronunciou sobre as declarações de Lira na mesma data; disse que o presidente da Câmara tinha um "estilo chantagista".

"Esse estilo chantagista de Arthur Lira é bem típico da velha política. Não encara a realidade e parte para ameaçar lideranças que já perceberam que seu projeto de poder está derretendo para dar cada vez mais espaço a uma Alagoas que é exemplo no Brasil e só orgulha seu povo", escreveu Renan.

Campanha e propostas

A campanha de Dantas à reeleição foi abalada por seu afastamento do governo por ordem do STJ, em decorrência de uma investigação por causa de um suposto esquema de desvio de dinheiro do gabinete referente à época em que ele era deputado estadual. O esquema está sendo investigado desde 2019. Entre os crimes apurados, estão peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Na data em que o afastamento foi determinado, policiais federais cumpriram mandados na ALE e no palácio República dos Palmares, sede do governo, em Maceió. A defesa de Dantas chamou a ação da PF de "grotesca" e disse que era feita por ala da PF que permitiu ser aparelhada para atender interesses político-eleitorais" e tentava "dar um golpe"  em sua candidatura para favorecer "o candidato de Arthur Lira, Rodrigo Cunha".

Afastado, Dantas se encontrou com o ex-presidente Lula num ato da campanha do petista no centro de Maceió, em 13 de outubro. Na ocasião, Lula pediu votos para o governador  de Alagoas e disse que "não deixa um companheiro no meio do caminho". Renan Calheiros e Renan Filho também participaram do evento.

Paulo Dantas, Lula e Renan Filho com as mãos unidas (Divulgação/PT)

Lula ainda comentou sobre o afastamento do político do MDB: "Eu sei o que você está passando. Não sou advogado e não vou me meter. Na minha opinião, todo mundo é inocente até que provem o contrário. Essa condenação precipitada sua me cheira à minha condenação, porque eu fui condenado exatamente para evitar que eu fosse candidato em 2018. Quem tem interesse de evitar que você seja candidato? Alguém".

Rodrigo Cunha utilizou um vídeo no Instagram para falar sobre o afastamento do adversário. "As provas apresentadas são muito graves e robustas. Agora eu quero falar com você, Paulo Dantas: você está afastado, você não vai conseguir escapar da verdade, porque a mentira tem perna curta. Já passou da hora de você explicar o que a Polícia Federal investigou". Em 24 de outubro, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a decisão que mantinha Dantas afastado do cargo.

Entre as promessas dele para um eventual segundo mandato, presentes na proposta registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estão aumentar o valor da bolsa permanência (mensal) Escola 10 dos estudantes da modalidade tempo integral; construir o novo prédio sede do Laboratório Central de Saúde Pública de Alagoas (Lacen/AL); e implantar a premiação financeira como recompensa por denúncias qualificadas que levem ao esclarecimento de crimes. O candidato a vice em sua chapa é Ronaldo Lessa (PDT).

Já entre as de Rodrigo Cunha, estão elaborar o Plano Estadual de Combate à Pobreza; estruturar um Programa de Reforma de Moradias e Espaços de Habitação; e estruturar Centros Regionais de Especialidades Médicas. O candidato a vice em sua chapa é Jó Pereira (PSDB).

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