"Vamos derrotar o Bolsonaro, mas o bolsonarismo está criado", diz Lula
Em encontro com religiosos, petista diz que conta com a igreja para conscientizar e envolver a sociedade
O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participou na tarde desta 2ª feira (17.out), na capital paulista, de um encontro com padres, freiras e religiosos. O petista estava acompanhado do candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), de Fernando Haddad, candidado do PT ao governo de São Paulo, da esposa, Rosangela Silva, a Janja, e de outros aliados. O evento foi na Casa de Portugal, no bairro da Liberdade, região central de São Paulo.
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Ao lado da imagem de Nossa Senhora Aparecida, religiosos fizeram oração e cantaram hinos católicos. Na abertura, o padre Paulo Adolfo Simões, secretário-executivo do Centro Nacional Fé e Política (Cefep), afirmou que a eleição de Lula, será a "vitória da democracia e dos pobres" do Brasil. "Estamos na luta pela sua vitória no dia 30 de outubro porque entendemos que esta será a vitória do povo brasileiro, da democracia, dos pobres deste país", disse o padre.
No encontro com as lideranças, Lula recebeu apelos para que estabeleça um novo pacto econômico com renda básica de cidadania; estimule a economia solidária e proteja às vítimas de estupro. Religiosos também pediram que o candidato assegure o Estado Democrático de Direito.
"Desde 2018 lutamos contra este governo que ameaça constantemente a democracia. Queremos estar, neste momento da história, ao seu lado e dos que o apoiam. A proposta é de um governo autoritário, com o desmonte das instituições republicanas e chegando a ser um perigo real para o regime democrático", afirmou o padre Rodrigo Schüler de Souza.
Segundo a coordenação de campanha de Lula, o encontro reuniu cerca de 200 religiosos.
Em resposta, o candidato se comprometeu com as pautas, repetiu as promessas de seu plano de governo e afirmou que se ganhar as eleições no próximo dia 30 de outubro terá que conter a ideologia pregada pelo movimento pró-Bolsonaro.
"A única solução pra nós é envolver a sociedade na governança desse país, para gente tentar ver se a gente consegue organizar as instituições. Nós vamos ter um problema, porque nós vamos ganhar as eleições e nós vamos derrotar o Bolsonaro, mas o bolsonarismo está criado. Mas depois nós temos que conscientizar a sociedade para que ela não crie no bolsonarismo uma política definitiva no Brasil, que é o que a exterma direita está tentando fazer aqui e em outros países", afirmou Lula.
O ex-presidente repetiu que vai criar o Ministério dos Povos Originários e indicar um indígena para o comando da pasta. Defendeu a igualdade salarial entre homens e mulheres e garantiu que vai combater a fome. Afirmou que sua ideia central é permitir que os pobres "voltem a comer, tomar café, almoçar e jantar". "Eu não consigo entender como é que esse país que é o terceiro produtor de alimentos do mundo, que é o primeiro produtor de carne do mundo, tenha gente vivendo às custas de osso. Nós vamos precisar fazer muito trabalho social e acho que as igrejas vai nos ajudar a fazer muita coisa", disse o petista.
Sob aplausos dos presentes, Lula lembrou do legado do crescimento econômico de seu governo e falou em igualdade de classes.
"Esse país estava alegre. Os aeroportos estavam cheios de pobres viajando. A gente não viaja de ônibus porque a gente gosta, viaja porque não tem dinheiro pra viajar de avião. Mas quando os pobres passaram a ter um dinheirinho, eles também começaram a viajar de avião. E a elite começou a dizer que os aeroportos tinham virado rodoviária, incomodou", afirmou o ex-presidente.