"Foi um ato de intimidação", diz Tarcísio sobre tiros em Paraisópolis
Candidato do Republicanos teve agenda interrompida por troca de tiros nesta 2ª feira (17.out)
Guilherme Resck
O candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, disse nesta 2ª feira (17.out) que, em sua visão, a troca de tiros em Paraisópolis não foi algo corriqueiro e se tratou de "um ato de intimidação, foi um recado claro do crime organizado, dizendo o seguinte: 'vocês não são bem-vindos aqui, a gente não quer vocês aqui dentro'". Por outro lado, ressaltou, não entende o episódio como uma questão política ou eleitoral, mas sim territorial, isto é, o crime sinalizando não querer a presença do Estado na área. As declarações foram dadas em coletiva de imprensa no Edifício Praça da Bandeira, na capital paulista.
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De acordo com Tarcísio, estava no terceiro andar da Casa Belezinha quando ouviu, assim como os que o acompanhavam, a primeira rajada de tiros. Naquele momento, segundo ele, sua primeira impressão foi de ser uma intimidação, mas imaginou que pararia por ali. "Continuamos normalmente, conversando, na atividade, como nós estávamos fazendo. Mais tarde a gente começou a ver mais tiros e gritaria. Poucos minutos mais tarde, e aí gritaria. O pessoal começou a gritar 'olha, abaixa, abaixa, abaixa, vão atirar aqui', até o momento que uma pessoa entra e diz o seguinte: 'tem que tirar ele daqui que o problema é ele. Tem que dar um jeito de tirar ele daqui, estão dizendo que vão entrar aqui'. E aí houve uma troca de tiro, até o momento que a minha equipe entra e diz 'olha, conseguimos estabelecer aqui a segurança para você sair'", relembrou.
Tarcísio saiu rapidamente e seguiu sua equipe até uma van, por meio da qual foram embora do local. De acordo com o político, sua equipe de segurança que estava no primeiro andar da Casa Belezinha lhe informou que, antes dos tiros, quatro motos se aproximaram, com duas pessoas em cada veículo. Os suspeitos utilizaram os celulares para fotografar os profissionais e fizeram perguntas, por exemplo, se eram policiais. "Se evadiram do local e voltaram com armamento. E aí foi o momento em que se deu a troca de tiro. Queria enaltecer a atuação da Polícia Militar, que foi muito rápida, foi muito diligente. Conseguiu rapidamente contornar a situação e estabelecer a segurança para que a gente pudesse sair dali", complementou Tarcísio.
Conforme o político, se tratou de uma questão territorial que se observa em comunidades do estado e é lamentável, porque interfere em ações como a visitada por ele em Paraisópolis. "Esse tipo de ação não pode sofrer interferência do crime organizado. As pessoas não podem ser constrangidas por causa do crime. A gente não pode sofrer com essa questão do domínio territorial", pontuou. O trabalho visitado, nas palavras do candidato do Republicanos também, "identifica talentos, cria oportunidades, é um trabalho que acontece em uma série de dimensões da vida das pessoas. Eles conseguem construir de fato um plano de desenvolvimento individual. Dão acesso ao microcrédito, resgatam a autoestima, fazem orientação, além do treinamento profissional".
Ele classificou essa participação na inauguração do Primeiro Polo Universitário em Paraisópolis como uma das duas visitas mais interessantes que fez na campanha; a outra foi ao Instituto Baccarelli. Ainda na coletiva, falou ser necessário aumentar a presença do Estado nas comunidades, para criar emprego e fazer com que mais projetos como o polo aconteçam, por exemplo, pois assim o crime será afastado. "Quem ingressa no crime não quer o caminho do crime", afirmou. Tarcísio. O candidato prometeu aumentar a presença do Estado nas favelas, se eleito, e disse que a campanha seguirá "normalmente" e não explorará o ocorrido.
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