Debate no SBT dá tom da reta final da disputa presidencial do 1º turno
Bolsonaro e Lula foram alvos de Ciro, Simone e Soraya; corrupção, orçamento secreto e ausência dominaram embate
Corrupção no governo, orçamento secreto e a ausência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram os temas que dominaram o debate presidencial do SBT, realizado neste sábado (24.set). O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente petista -- que lideram as pesquisas de intenção de votos -- foram os dois principais alvos dos ataques, em especial dos candidatos Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil).
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A uma semana das eleições, os candidatos à Presidência deram o tom que dominará a reta final deste primeiro turno, no debate realizado pelo SBT em parceria com o maior pool de veículos de comunicação - que inclui ainda o Estadão, a Rádio Eldorado, a CNN Brasil, a Revista Veja, a Rádio Nova Brasil e Portal Terra.
Com a estabilidade de Lula, à frente das pesquisas, Ciro Gomes, Simone Tebet e Soraya Thronicke atacaram o petista e sua ausência no debate. Lula não compareceu e seu lugar na bancada ficou vazio. O ex-presidente anunciou que não compareceria, alegando que já estava com compromissos marcados. A primeira reunião do SBT com as campanhas dos candidatos foi realizada em março deste ano.
Ataques
Os temas corrupção e gastos com o orçamento secreto dos deputados dominaram os ataques a Bolsonaro e Lula -- mesmo ausente.
Bolsonaro foi alvo de ataques dos candidatos presentes, em especial de Ciro Gomes e Simone Tebet, que disputam como terceira via, para quebrar a polarização entre os dois principais adversários. Ambos atacaram o governo do presidente, a corrupção e os casos sob suspeição contra seus filhos e a liberação de recursos para deputados via orçamento secreto.
O candidato do Novo, Felipe D'Ávilla também atacou e comparou: "O orçamento secreto é muito parecido com o mensalão".
Para Mayra Goulart, cientista política e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o debate foi dominado por embates e não por propostas de governo. Ela citou o tema do feminismo como um dos destaques, que surgiu em pergunta feita pelo candidato Padre Kelmon para Simone Tebet, sobre sua posição sobre aborto.
"A senhora se diz feminista. Dentro da agenda feminista está o apoio incondicional à legalização do aborto", disparou. Em resposta, Tebet disse: "O seu conceito é diferente do meu. O meu conceito é defender o direito das mulheres". Acrescentou ainda ser contra o aborto por ser católica e disse que não sabe se teria coragem de se confessar com Kelmon.
Respostas
Com a troca de farpas entre os candidatos, os pedidos de direito de resposta dominaram os quatro blocos do debate.
Bolsonaro conseguiu direito de responder acusação de Ciro. "Me acusam de ser corrupto, mas não dizem de onde foi tirado esse dinheiro para corrupção. Mentiras. Gente aqui posando como vestais da moralidade. O Ciro me acusa de corrupto. Ciro, a Polícia Federal já bateu na sua porta e do teu irmão por desavios do estádio do Castelão. Então, primeiro olhem para o espelho e depois venham me acusar."
O candidato do PDT também conseguiu direito de resposta. "Nunca respondi, em 42 anos de vida pública, por qualquer denúncia de corrupção".
Bolsonaro voltou a dizer, em mais de um momento do debate, que não há corrupção no governo federal. "Tiramos a corrupção das manchetes. Você não vê escândalos de corrupção no meu governo."
O presidente também atacou o Supremo Tribunal Federal (STF), após ser questionado sobre a relação conflituosa com a Corte e sobre os ministros escolhidos por seu governo. O presidente criticou a "judicialização" da Corte "contra o Executivo". Ele destacou que o Supremo deve se ater à Constituição e deixar o governo.
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Dobradinha
Padre Kelmon, que substituiu Roberto Jefferson como candidato à Presidência pelo PTB, perguntou sobre aborto para o candidato Ciro Gomes e para a candidata Simone Tebet.
Escalada para a missão de candidato depois de líder do partido ser barrado pela Justiça Eleitoral, Kelmon focou ataques no PT e, ao ser questionado por Bolsonaro, defendeu o governo. "Minha opinião é que o senhor tem ajudado muito este país."
Em suas considerações finais, Bolsonaro destacou o Auxílio Brasil e disse que tem um "governo com olhar todo especial com os mais pobres". Fez aceno ao Nordeste, onde Lula tem maior aceitação, citou a diminuição dos custos com o combustível e a anistia da dívida do Fies para muitos estudantes.
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Debate
Foram quatro blocos, com perguntas de jornalistas de cada um dos veículos do pool e perguntas entre os candidatos. A mediação foi do jornalista Carlos Nascimento. O debate foi transmitido ao vivo pela TV, no SBT, pelo canal do SBT News no YouTube e com cobertura especial no site SBT News.
Seis candidatos participaram do debate: Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (MDB), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União), Felipe d'Ávila (Novo) e Padre Kelmon (PTB).
Para a especialista em gerenciamento de campanha eleitoral, Cila Schulman, como a maioria dos candidatos é amplamente conhecida, a tendência é que o debate tenha maior repercurssão entre "torcedores". Para ela, mesmo com os ataques a Lula, sua ausência fez centrar mais as críticas em Bolsonaro e ao governo. "O que é esperado, já que é uma candidatura de reeleição."
Ainda segundo ela, Bolsonaro adotou uma estratégia de falar com as classes mais baixas e com os eleitores do Nordeste, para avançar sobre o eleitoral em que petista tem obtido melhores resultados.
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