Lula participa de reunião em SP para tratar de segurança pública
Candidato ao Planalto ouviu representantes do setor e governadores em busca de propostas para o tema

SBT News
O candidato à Presidência pelo Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva, discutiu o tema segurança pública com governadores e ex-governadores na manhã desta 3ª feira (30.ago), em um hotel na zona sul de São Paulo.
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Participaram da reunião representantes de entidades policiais, integrantes da coordenação da campanha e os governadores Paulo Câmara, de Pernambuco, Rui Costa, da Bahia, além dos ex-governadores Wellington Dias, do Piauí, Renan Filho, de Alagoas, Jaques Wagner, da Bahia, e Geraldo Alckmin, de São Paulo, candidato a vice-presidente na chapa de Lula.
O objetivo de Lula com essa reunião foi ouvir as experiências dos governos estaduais e profissionais do setor na questão da segurança pública: quais as principais dificuldades, experiências bem-sucedidas e sugestões que possam ser implementadas regional ou nacionalmente.
Em seu discurso, o candidato afirmou que as propostas discutidas na reunião vão ajudar a melhorar a segurança pública do país. Entre as ideias debatidas estão a criação de um Ministério da Segurança Pública e de um Sistema Único da Segurança Pública, que vai incluir o Ministério Público e a Defensoria Pública, e a retomada do Programa Nacional de Assistência aos Servidores Públicos (Pronasp).
"Estamos propondo a criação do Ministério da Segurança Pública, sem que haja nenhuma interferência na política do estado. O que nós queremos é aumentar a participação da União sem interferir naquilo que é obrigação dos estados hoje", afirmou Lula.
O ex-presidente falou que vai retomar o Estatuto do Desarmamento e que vai trabalhar para a valorização dos profissionais da segurança pública.
"Nós vamos precisar juntar todo mundo e trabalhar juntos com inteligência integrada", disse ele.
Ao citar a Patrulha Maria da Penha e o combate à violência contra as mulheres, Lula deu um aviso:
"Os homens que gostam de bater em mulher se preparem, porque vamos ser muito mais duros com eles".
O candidato à Presidência também citou a educação como tendo um papel fundamental no sucesso de uma política de segurança pública. Segundo ele, serão criadas escolas de tempo integral, para evitar que o jovem seja vítima do crime organizado, e uma Universidade Federal de Segurança Pública, para formar e qualificar melhor os profissionais.
"Os governadores falaram que onde implantaram escola de tempo integral, com esporte, com educação, diminuiu muito a violência contra a juventude, contra os jovens, e diminuiu também a participação de jovens com o narcotráfico", apontou ele.
Lula terminou seu discurso dizendo que o Estado precisa cumprir sua função social nos territórios onde a violência é mais acentuada, sem necessariamente usar as forças de segurança para isso. Para ele, os confrontos acontecem de forma mais evidente "onde as pessoas vivem abandonadas, na periferia, nas palafitas, nas favelas, nas encostas, nos morros...".
"Então nós precisamos cuidar de saber que o Estado pode fazer muita coisa sem precisar da polícia, é só cumprir com as suas funções sociais para melhorar a vida do povo", afirmou.
Ainda nesta 3ª, o ex-presidente deve desembarcar em Manaus, capital do Amazonas, onde terá três eventos, com foco no desenvolvimento sustentável da região.
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