"Queremos mudar a política do toma lá dá cá", diz Antonio Jorge
Candidato ao governo de São Paulo pelo DC comentou sobre propostas políticas ao SBT News
Gudryan Neufert
Entre os candidatos ao governo de São Paulo está o advogado Antonio Jorge (DC), que forma chapa pura com Vitor Rocca, de 69 anos. Em entrevista ao SBT News, o político, natural da capital paulista, afirmou que as principais propostas de governo incluem investimentos em segurança, educação e saúde, bem como uma maior atenção à iniciativa privada.
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Confira abaixo a íntegra da entrevista:
Quais são as principais propostas da sua candidatura para o eventual governo?
São Paulo, o maior Estado da Federação, né? É grande e são grandes também os problemas que estamos vivenciando: saúde, filas para cirurgias que está um absurdo, educação, segurança, violência, muito flagrantes, estupro, assassinato, sequestro e desemprego. São situações que realmente chamam atenção e a gente quer acatar isso, ajudando o Estado de São Paulo a ser a alavanca do Brasil.
Qual é o norte da sua campanha? A principal mensagem?
Olha, eu venho aqui também com uma mensagem de democrata cristão, um partido limpo, um partido que defende a família, um partido conservador. Eu penso assim também. Queremos fazer um trabalho diferente na política, fazer uma política com P maiúsculo, porque a política é a arte e ciência de resolver os problemas das pessoas. E nós estamos vendo uma ideologia, um ataque pessoal, e a política não pode se ter essa divisão, temos que nos reunir para enfrentar os problemas que são tantos no Estado de São Paulo. Então é isso, vamos fazer um trabalho muito forte, iniciativa privada, com bastante experiência em gestão. Vamos equacionar o orçamento, ver onde temos gargalos para que possa, com orçamento e redução, resolver esses problemas principais do Estado de São Paulo. A gente pede para os eleitores repensem. Nós estamos há 30 anos com o mesmo partido, passando de um amigo para outro, tem que acabar com isso. Tem que haver mudança, e esse também é o nosso discurso para a campanha de 2 de outubro.
Qual é o maior desafio que o senhor acha que vai enfrentar?
O desafio, além dos problemas que a cidade enfrenta, é logicamente o de campanha, porque somos uma campanha menor, mas um partido limpo. Tempo de televisão mínimo, candidatos fortíssimos, nós não vamos denegrir ninguém, mas a situação que sabemos do Estado precisa ser dita. Um candidato que foi prefeito de São Paulo com uma péssima avaliação. Será que o povo vai querer um ex-prefeito mal avaliado para tomar conta do Estado? O outro candidato é aquela continuidade que falamos de 30 anos e o outro candidato é imposto pelo presidente. Então é isso que a gente quer trazer de novidade para São Paulo, gente daqui, o vice também é do Interior, eu sou de Taubaté do Vale da Paraíba. A gente vem com essa mudança, com essa renovação para poder fazer a diferença em São Paulo.
O que o senhor vai fazer, em caso de vitória, assim que assumir o Palácio dos Bandeirantes?
Olha, nós precisamos, utilizar essas "PPP" (Parcerias Públicas e Privadas), obter mais obras, essas questões que desenvolvem infraestrutura na capital, pois vai dar empregos, vai gerar renda. Queremos fazer isso, ampliar a malha ferroviária, trazer isso de volta para São Paulo, porque a ferrovia é comprovadamente mais econômica, vai tirar de circulação o trânsito em São Paulo. Hoje, a questão urbana de mobilidade é complicada, então vamos jogar pesado na questão de trazer a ferrovia de volta. Uma das propostas sérias é essa, uma das questões, tem muita coisa. A cracolândia não pode ficar mais, é um absurdo. Tem muita coisa ainda. Lógico, tomando posse ninguém sabe de tudo, mas tem que ter equipes preparadas de técnicos e especialistas de cada área, gargalos e problemas, e adequar orçamento buscando redução de imposto que foi feito agora no ICMS e que deu resultado. Tem que fazer aquilo que não foi feito ainda. Parar de procurar só voto e trazer a política para resolver os problemas da população.
O que é possível fazer com tão pouco tempo de propaganda eleitoral?
Sem dúvida, isso é inevitável, mas tem o avanço da tecnologia e redes sociais. Tanto é que a maioria das campanhas hoje terão como base as redes sociais, facebook, instagram, enfim, é neste sentido que estamos preparando a campanha. E muito na rua, conversando com as pessoas. Tem que ter humildade, ouvir quem tem os problemas. É aí que você fica sabendo os problemas, o que incomoda as pessoas. Então vou fazer muito isso, corpo a corpo. Já estamos programando na Baixada com o presidente Eymael, vamos fazer no Vale da Paraíba, na minha região também, uma caminhada com as pessoas exatamente para superar a questão com o tempo curto da TV e fazer um trabalho forte nas redes sociais.
Qual é o principal objetivo da sua candidatura, já que é pouco provável ou muito difícil a possibilidade de vitória?
O principal objetivo é trazer novidade para política que estamos vivendo a anos, a questão política no Brasil, não teria tempo suficiente para falar aqui. Eu sou contra o voto obrigatório, eu acho que as candidaturas deveriam ser independentes de partido, você dar mais abertura para política, e é isso que nós vamos fazer. Eu quero levar nestes dias de campanha as propostas que estamos falando aqui, mas também uma voz de mudança, a população está descontente com a questão da mudança, então precisa votar em pessoas que tenham palavras de mudanças, os deputados, alguém que tenha afinidade, que vá lá no Congresso e votem em leis que realmente modernizem a política, que mude a maneira de fazer política do toma lá dá cá. Não podemos mais conviver com isso. Gente nova, mudança, fazer uma nova política.
O senhor já sabe, por exemplo, qual encaminhamento pode ter, caso venha ter segundo turno, e o senhor não esteja nele?
Estamos conversando exatamente esse aspecto com o partido. O partido tem toda sua chapa para presidente, o Eymael, o senador, eu como governador, a chapa dos deputados estaduais e federais. Temos que depois, logicamente num segundo turno, reunir o partido e ver qual é o melhor caminho dentro daquela filosofia da democracia cristã.
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