"Estou convencido de que vamos ganhar as eleições", diz Lula
Segundo ex-presidente, questão religiosa não entrará em sua pauta política
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta 6ª feira (19.ago) estar convencido de que será eleito no pleito deste ano. A afirmação foi feita a jornalistas na Casa Delfim Netto -- na zona oeste da capital paulista --, onde participou de uma reunião da campanha ao longo da tarde.
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"Eu estou convencido de que nós vamos ganhar as eleições. Aliás, eu estou convencido desde que eu resolvi ser candidato que nós vamos ganhar as eleições", pontuou. Na sequência, justificou a ideia e criticou a atual situação do país: "Nós vamos ganhar não só por mérito nosso. Nós vamos ganhar porque o povo brasileiro precisa mudar. Porque o Brasil não pode suportar mais o que está vivendo. O Brasil é um país tranquilo, um país de paz. Um país feliz. A gente dizia que o Brasil era o país do samba, era o país do Carnaval. Hoje o país é o país da violência, do ódio, da falta de respeito dos governantes com o povo".
Conforme Lula, o voto dos brasileiros "já está consolidado". "As pessoas estão decidindo com muita antecedência em quem eles vão votar, quem que ele quer para presidente da República. Eu acho que, nessa circunstância, eu e o Alckmin somos a candidatura preferida e nós precisamos continuar trabalhando, fazendo um esforço muito grande, viajando cada vez mais".
Da reunião, participaram, além de Lula e Alckmin (PSB), o coordenador do programa de governo da chapa, o ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante, e o jornalista Chico Pinheiro, entre outros. O ex-governador paulista chegou ao local por volta de 15h30. O petista já estava na Casa aguardando. O advogado Marco Aurélio de Carvalho, do Grupo Prerrogativas, também estava na propriedade. Por um período, ficou conversando com Mercadante na entrada.
Aos jornalistas ainda, Lula disse que uma agenda final da campanha será elaborada: "Nós temos que fazer várias viagens ainda para lugares importantes do Brasil. Nós temos que ir ao Norte do Brasil visitar os estados amazônicos. Nós temos que visitar o Centro-Oeste brasileiro. Nós temos que visitar ainda Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Possivelmente a gente tenha que percorrer mais algumas vezes Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, que são os três maiores colégios eleitorais do Brasil". A construção dessa agenda esteve entre os temas da reunião.
Neste sábado (20.ago), o petista fará um comício no Vale do Anhangabaú, na região central da capital paulista, junto a Alckmin e ao ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), candidato ao governo do estado. De acordo com Lula, o político do PSB "agora vai dedicar um pouco mais a São Paulo". "Ou seja, ele vai consolidar junto com o Haddad a vitória dele e a minha aqui também em São Paulo, porque eu também vou precisar do apoio dele aqui em São Paulo. Eu acho que a campanha está num tom razoável, a campanha está bem. Eu acho que deve ter gente que deve ter motivo de estar mais preocupado que nós", completou. Dentro da Casa Delfim Netto, no cômodo anterior à sala da reunião, materiais de campanha que deverão ser distribuídos no evento deste sábado estavam sobre uma mesa. Entre eles, panfletos e adesivos com as imagens de Lula e Haddad.
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Religião na campanha
O ex-presidente afirmou que nunca utilizou religião nas campanhas das quais participou e não fará isso desta vez também. "Eu acho que quando um ser humano, homem ou uma mulher, vai à igreja, vai tratar da sua fé, da sua espiritualidade, não vai lá para discutir política, não vai lá para receber pressão de quem votar. Eu não participarei disso", pontuou.
Também sobre o tema, disse que não se importa com a religião de cada cidadão e que não quer "ficar disputando voto religioso", porque entende não fazer parte de sua "cultura política estabelecer qualquer princípio de guerra santa numa política". Posteriormente, declarou: "Essa questão religiosa não entrará na minha pauta política".
Economia
Lula abordou ainda temas econômicos na coletiva. É preciso, em suas palavras, "efetivamente fazer a economia brasileira voltar a crescer". "A economia voltando a crescer, você vai gerar emprego. Gerando emprego, você faz salários. Gerando salário, você vai gerar um consumidor. Esse consumidor vai para o comércio, que vai gerar mais emprego, que vai gerar mais um salário, que vai gerar mais um consumidor. Quando todas as pessoas estiverem participando do processo dinâmico da economia, a gente vai acabar com o desemprego, a gente vai diminuir a fome e a gente vai permitir que as pessoas voltem a tomar café, almoçar e jantar", acrescentou.
Conforme o petista, não faz sentido haver fome no Brasil e, para acabar com o problema, o governo precisa ajudar os pequenos e médios produtores rurais a produzirem "cada vez mais", para aumentar a oferta de alimentos, e recuperar a capacidade de estoque regulador, "para não permitir que a falta de alimento possa aumentar o preço".
Lula fez uma promessa para um eventual governo a partir de 2023: "Esse Bolsa Família [R$ 600,00] que nós mandamos por um Projeto de Lei há dois anos, se nós ganharmos as eleições, ele vai ser votado no Congresso Nacional e nós vamos tentar estender com a mesma seriedade do Bolsa Família que perdurou por 18 anos". O petista deixou a Casa Delfim Netto por volta de 19h50, cerca de uma hora depois de Alckmin.
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