Candidatos dão início a campanhas com foco no eleitorado fiel
Bolsonaro esteve com evangélicos e Lula falou a metalúrgicos; presidenciáveis apostam no Sudeste
Lis Cappi
Em estratégias voltadas para os principais núcleos eleitorais, os candidatos ao Planalto começaram oficialmente as campanhas nesta 3ª feira (16.ago). Logo no início da manhã, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, estreou a agenda em um encontro com evangélicos. Em tom religioso, o candidato reuniu apoiadores em Juiz de Fora, Minas Gerais, no mesmo local em que foi alvo de ataque à faca em 2018.
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O petista Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, esteve reunido com metalúrgicos no pátio da montadora Volkswagen, em São Bernardo do Campo. E falou aos trabalhadores do local e sindicalistas de cima da carroceria de uma caminhonete. O ex-presidente tenta o 3º mandato, em sua sétima disputa à Presidência.
Os dois candidatos, que lideram as intenções de voto segundo as principais pesquisas eleitorais brasileiras, decidiram partir de uma estratégia comum: falar para as bases nas quais têm maior apoio. Bolsonaro lidera entre os evangélicos, com 49% das intenções do grupo, segundo pesquisa BTG Pactual/FSB divulgada na 2ª. Enquanto Lula está na dianteira entre aqueles que têm rendas familiares inferiores, de até 2 salários mínimos.
Ambos também apostaram na própria história. A escolha de Bolsonaro por Juiz de Fora relembra o período em que o mandatário ganhou destaque de campanhas nas últimas eleições pela facada. Lula voltou às origens como metalúrgico, profissão em que atuava quando deu ingresso à política. Os dois candidatos também apostaram nos maiores colégios eleitorais: São Paulo e Minas Gerais, respectivamente.
Bolsonaro
Em Minas Gerais, o presidente declarou estar no local em que voltou à vida. "Aqui eu renasci, meus conterrâneos. Eu também sou mineiro", declarou o candidato, logo no início do discurso. Bolsonaro também disse que a escolha por Juiz de Fora se deu por ter sido o local em que tentaram "nos parar" nas últimas eleições. O candidato ainda retomou as declarações a favor da pauta dos costumes, e dividiu o palanque com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro -- que tem atuado para aproximação da campanha ao eleitorado feminino.
Lula
O petista, que teve declarações voltadas às origens e com a promessa de que a 1ª medida em um eventual governo será o de reajuste da tabela do Imposto de Renda, também sinalizou a evangélicos. Chegou a chamar Bolsonaro de "fariseu", e disse que o presidente tenta manipular a fé. Lula citou fake news, e relembrou a trajetória no ABC paulista: "Foi aqui que aprendi a ser gente e adquiri consciência política".
Campanhas
Com o início das campanhas liberado nesta 3ª, os demais candidatos ao Planalto também iniciaram as ações para o período eleitoral. Ciro Gomes (PDT), que aparece em 3º nas pesquisas de intenção de voto, escolheu Guaianases, na periferia da cidade de São Paulo, para o primeiro comício. Enquanto esteve no local, o candidato defendeu o combate à fome, e o pagamento de R$ 1.000 como renda mínima para famílias -- o valor entraria na soma de benefícios mensais. O pedetista ainda citou um imposto sobre grandes fortunas.
A candidata do MDB, Simone Tebet, também escolheu a cidade de São Paulo, e participou de encontro com representantes da cultura. Tebet disse que as principais propostas de governo que quer apresentar estão relacionadas à cultura, ao combate à pobreza e à miséria. O evento ocorreu a portas fechadas.